De um jeito ou de outro, até “mico” por causa da mãe vira memória boa
Neste Dia das Mães, nós revisitamos memórias para encontrarmos aquelas histórias que envelhecem bem
Sabemos bem que o Dia das Mães costuma ter muita emoção envolvida, mas dessa vez decidimos contar as memórias que, depois de algum tempo sendo vergonhosas, acabaram envelhecendo bem e virando motivo de risada. Até porque, não dá para negar que até vergonha passada com mãe se torna uma boa história.
Em enquete feita pelo Lado B neste sábado, perguntamos aos leitores "Sua mãe já te fez pagar muito mico?". De acordo com o resultado, 32% dos leitores disseram que sim, 58% disseram que não e somente 10% afirmou que as mamães são recordistas nisso.
De encontro interrompido até castigo anunciado no meio da rua, quem revisita as memórias conta que, tempos depois, a risada chega em conjunto com a compreensão. Esse é o caso de Rosângela Silva, 41 anos, que não nega ter aprontado muito e ter sua parte nos momentos vergonhosos.
Narrando uma das cenas, Rosângela explica que, sem perceber que a mãe estava observando tudo, ela e o irmão se esconderam em uma valeta na rua para tentar enganar a dona Maria Francelina Silva, de 78 anos. O problema é que, mais esperta do que eles, a matriarca acompanhou os passos e transformou o episódio em história para a vida.
A gente escondido na vala achando que ela não ia perceber. De repente, quando a gente viu, ela estava atrás da gente e o castigo foi ali mesmo, na frente de todo mundo. Fiquei morrendo de vergonha, mas hoje é engraçado, conta.
Dizendo que também já aprontou muito, hoje mãe de três filhos, Valdirene da Silva, de 39 anos, detalha que sua história favorita também envolve memórias escolares.
“Depois que eu falei para ela da minha nota, ela chegou em casa dizendo toda orgulhosa que eu tinha tirado 20, mas era 2. Quando minhas primas ouviram, contaram que 2 era pouco e que não valia nada, aí é que ela começou a me gritar porque ela tinha passado vergonha na frente de todo mundo. Dessa vez a vergonha foi das duas, na verdade”, brinca
E, garantindo que seus filhos também têm as memórias engraçadas garantidas, Valdirene explica que já até imagina o que eles vão contar no futuro. “Falo alto na rua, grito brincando que eles estão fazendo agressão ao idoso e eles ficam doidos, falando que tô fazendo eles passarem vergonha. Não é fácil ser mãe, ainda mais solteira, mas eles são as minhas bênçãos”.
Já na categoria “relacionamentos”, a comerciante Dora Gomes, de 50 anos, puxa na memória os momentos em que ficou vermelha de vergonha com flagras da mãe.
Minha mãe tinha mania de abrir a janela de casa e, um dia, eu estava na calçada com um paquera. Bem na hora que estava rolando um beijinho, ela abriu a janela e viu a cena. Nunca esqueci porque fiquei tanto com vergonha dela quanto dele, diz.
Em outros momentos, as cenas típicas de filme é que se transformaram em memórias engraçadas. Dora relembra que a mãe tinha mania de dormir na sala quando as filhas saiam de noite, para conferir se iriam chegar nos horários combinados.
O problema é que, um dia, ela e a irmã se atrasaram demais e esqueceram da tal mania. “A gente chamou a outra irmã para abrir a porta e, na esperança de que ela não visse, a gente tirou o sapato e fomos entrando. Quando chegamos na sala, tudo escuro, a gente só ouviu aquela tossezinha para mostrar que ela estava lá. Fomos pegas no flagra”, conta rindo.
Mas, para não haver injustiça, é importante lembrar que filho também faz muita mãe passar vergonha. Advogada, Mylena Prado, de 22 anos, narra que até conta no nome da mãe fez quando era criança.
Eu tinha 8 anos e tinha acabado de entrar na escola. Eu lanchei, mas a merenda não me satisfez e aí fui na cantina e disse “meu nome é Mylena Prado, minha mãe é Rosangela e eu queria que o senhor me vendesse um lanche fiado porque, assim que ela chegar, ela vai pagar, narra.
Depois de ser surpreendida pelo episódio, Rosangela diz que a história da filha também entrou para as memórias engraçadas de família. “Eu achei engraçado porque quando cheguei ela disse que estava devendo lanche na cantina. Só consegui perguntar como que ela tinha feito aquilo, disse “e se eu não tenho dinheiro? Aí ela disse ‘mas eu sei que você tem”. Foi muito engraçado”, finaliza.
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