Depois de 35 anos juntos e um coma de 12 dias, noivos dizem sim no Casório
Duas datas de casamento, assim como seu Hélio tem duas de nascimento. No Casório do Ano teve casamento de verdade. Depois de 35 anos juntos, o casal Hélio e Luci, enfrentou a separação uma só vez: quando ele ficou 12 dias em coma. Ao acordar, a primeira coisa que fez foi pedir a mulher em casamento, de novo, mas agora para dizer o sim no altar.
Quando o Lado B soltou a promoção para um casal renovar os votos, em parceria com a Santo Antônio Filmes Casamenteiros, a trajetória deles chegou pela filha, Luciene de Oliveira Pompeu. Uma sugestão dela para homenagear a história de vida e de amor aprendida em casa. Como os dois eram casados apenas no civil, a renovação virou casamento de verdade.
"O sonho da gente era casar no religioso. A gente se conheceu quando ele foi entregar na minha casa uma encomenda de geleia Real. Em dois meses nos casamos", resume a professora Luci de Oliveira Pompeu, de 55 anos.
O noivo, Hélio Felix Pompeu tem 62 anos, caminhoneiro aposentado, sempre soube que faltava alguma coisa. "Daqui pra frente, o futuro a Deus pertence, na nossa família, só o casamento. O resto, já cumprimos todas as etapas", afirma.
A vida dele foi na estrada, rodando para por dinheiro dentro de casa. "A gente começou do nada, tinha só uma caminha de solteiro. Focamos primeiro na construção da nossa casa, depois nos estudos dela", explica Hélio.
Aí vieram os filhos e quando finalmente ele pensou em concretizar o "sim"... "Depois de 28 anos de profissão eu aposentei, mas dois anos atrás tive um coma. Foram 12 dias no hospital, quando eu voltei a primeira pessoa que eu vi na UTI foi ela e eu falei: 'dessa vez, a gente casa. Depois de tudo o que você já passou comigo, você se casaria de novo comigo?", reproduz a fala.
Luci respondeu sim no hospital e sim na noite deste sábado. "Com certeza, se não fosse com ele, não era com mais ninguém".
Emocionada, como se fosse a primeira vez, as mãos de Luci denunciavam o nervosismo pelo buquê, que não parava de tremer. O sorriso carregado de lágrimas a conduziu até o altar, em companhia do filho. O casamento foi realizado pelo padre da igreja Vétero-Católica, Jenner Ramão de Oliveira e tem validade religiosa.
"Este é o coroamento de uma existência, o casamento é isso que eles vivem. E a festa é caipira, mas o casamento é de verdade", brincou o padre.
O sim perante Deus e o público caipira fez muita gente lembrar da própria história. Ângela Rabelo e Sandoval Lopes de Souza, são pernambucanos. Mas não foi só a música e o clima junino que os fizeram voltar no tempo. "Achei interessante eles renovarem os votos, ainda mais que aconteceu parecido com a gente. Não numa celebração junina, mas depois de 12 anos casados no civil, casamos na igreja. Achei muito bonito", descreve Ângela, de 41 anos.
O casal mora em Campo Grande há três anos e veio pela primeira vez ao Casório do Ano. "Viemos pra matar a saudade do Nordeste", contam.
A filha dos noivos, que inscreveu o casal para a promoção, conta que atendeu a um pedido da mãe depois que ela foi marcada no Facebook por uma amiga. "Assim eu fui lembrando a história deles. O sonho da minha mãe de se casar, o coma do meu pai. E todo mundo que conhece a gente sabia que só eles podiam ser escolhidos...
Porque depois de 35 anos, estar apaixonado, ser romântico, namorar até hoje... Tinha que ser eles. São um exemplo de casal. Eu me sinto muito feliz. Eu nem achava que isso de casar era importante, mas é lindo ver. Hoje em dia, mesmo com o mundo do jeito que está, a gente ainda pode pode acreditar no amor".
A promoção do Lado B e da Santo Antônio Filmes Casamenteiros é de um filme de 8 minutos com os melhores momentos da história deles. A narração desde quando se conheceram, até o sim dito no Casório do Ano.