ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no X Campo Grande News no Instagram
NOVEMBRO, SÁBADO  23    CAMPO GRANDE 25º

Comportamento

Depois de esperar por 15 anos, Gisele vendeu moto para ver Graça nascer

Pastora conta que após investir em consultas, exames e medicamentos, encontrou a fertilização in vitro

Aletheya Alves | 20/02/2022 08:01
Graça ao lado dos pais Gisele Vilava e Eduardo Marçal. (Foto: Arquivo Pessoal)
Graça ao lado dos pais Gisele Vilava e Eduardo Marçal. (Foto: Arquivo Pessoal)

Foram 15 anos de espera, desgaste emocional e muito investimento em diagnósticos, exames, medicamentos e procedimentos até Gisele Vilava, de 39 anos, conseguir realizar o sonho de ser mãe. Depois de vender até uma moto, a pastora encontrou a fertilização in vitro e gerou Graça, que nasceu com 49 cm em meio à muita emoção.

Pastora, Gisele conta que os últimos meses têm sido só de alegria depois de tanto esforço e preocupação. Em 2021, ela estava se preparando para fazer a fertilização e, após o procedimento, no dia 19 de junho, veio a confirmação de que estava grávida.

“No dia 17, foi meu aniversário de 15 anos de casada, já no dia 18, eu tive um sangramento e soube que estava grávida, porque após a fecundação há essa reação. Já no dia 19, eu fiz o teste de gravidez que só confirmou”, explica.

Gisele e Eduardo durante a gestação da primeira filha. (Foto: Arquivo Pessoal)
Gisele e Eduardo durante a gestação da primeira filha. (Foto: Arquivo Pessoal)

Graça, que teve o nome escolhido há 6 anos durante uma pregação de seu pai, Eduardo Marçal, nasceu na última quinta-feira (17). “Quando a gente fez o teste de gravidez, foi emocionante, começamos a ligar, mandar mensagem para todo mundo. Na sala de parto também foi, porque antes, contei a história para a equipe médica e todo mundo acabou chorando”, detalha.

Investimento alto

Longe de ter sido uma jornada fácil ou barata até o dia do nascimento, a mãe relembra que precisou passar por diversas etapas até chegar ao ano passado, quando escolheu fazer a fertilização. Ela narra que foram R$ 27 mil investidos desde a investigação para descobrir o motivo de não conseguir engravidar até o procedimento final, que foi através de um projeto para reduzir custos.

Em resposta a enquete do Campo Grande News, 53% dos leitores apontaram que caso tivessem problemas com fertilidade, não investiriam seu orçamento para engravidar por inseminação artificial. Entre as justificativas, a principal é a falta de renda.

Também sem condições de manter os processos seguindo em frente, Gisele destaca que a saída foi ter encontrado a opção para reduzir os custos.

“Através do projeto, a fertilização foi totalmente gratuita, mas antes, eu e meu marido fizemos muitos exames, passamos por vários médicos e só depois de tudo pronto é que me encaminharam para um especialista”, conta. Para conseguir se manter na busca da maternidade, os gastos foram custeados com a ajuda de familiares, amigos e fiéis da igreja.

Exames feitos por Gisele durante processos envolvendo a infertilidade. (Foto: Arquivo Pessoal)
Exames feitos por Gisele durante processos envolvendo a infertilidade. (Foto: Arquivo Pessoal)

Gisele conta que a maior parte das pessoas ajudou com valores, sendo que alguns familiares cederam uma moto para que o casal vendesse e usasse o dinheiro no processo. Por fim, quando descobriu com o médico especialista que havia a opção da fertilização in vitro, também veio o susto por precisar de ainda mais dinheiro.

Ao encontrar o projeto da clínica Fertiliv, “Gerando Sonhos”, ela não precisou pagar a fertilização em si, apenas a primeira consulta e exames de suas amigas, que doaram os óvulos. O projeto é destinado para casais que não têm condições de custear o tratamento.

Graça nasceu com 3,7 quilos e 49 centímetros. (Foto: Arquivo Pessoal)
Graça nasceu com 3,7 quilos e 49 centímetros. (Foto: Arquivo Pessoal)

Os casais que não conseguem pagar fornecem doações de óvulos para outros que não conseguem fazer a fertilização com os próprios óvulos e com o valor pago por estes casais, o procedimento passa a custar mais barato. No caso de Gisele, suas amigas se tornaram doadoras para custear o procedimento.

Agora, com Graça nos braços, a pastora conta que a esperança aumentou ainda mais e os planos são para que daqui um ano e meio, um novo bebê seja gerado. Durante o processo, as doações das amigas conseguiram custear três embriões, sendo que dois já foram implantados em Gisele.

Por isso, ainda há mais uma oportunidade para engravidar novamente. “Tenho mais um embrião congelado e temos vontade de um novo bebê. Daqui um ano e meio, vamos tentar mais uma vez.”

Acompanhe o Lado B no Facebook, Instagram do Campo Grande News e Twitter. Tem pauta para sugerir? Mande nas redes sociais ou no Direto das Ruas através do WhatsApp (67) 99669-9563 (chame aqui).

Nos siga no Google Notícias