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Comportamento

Dos dons que as mães têm, achar coisas que a gente jurava ter perdido é o maior

Olhar de mãe, além de ser cheio de amor, também é capaz de enxergar aquilo que está na nossa cara e só nós não estamos vendo

Paula Maciulevicius | 14/05/2017 07:21
Wânia com a mãe Marlúcia. Mestre em achar coisas perdidas, como o caso da chave na chuva. (Foto: André Bittar)
Wânia com a mãe Marlúcia. Mestre em achar coisas perdidas, como o caso da chave na chuva. (Foto: André Bittar)

- Mãe, você viu aquele meu anel?
- Tá na caixinha.
- Não, não tá. Já olhei lá. Já procurei em todas.

Não deu nem dois minutos e ela não só achou, como organizou todas as bijuterias para que eu não "perdesse", como supunha, de novo. Dos dons que as mães têm, o maior deles talvez seja o de achar coisas que a gente jurava ter perdido para todo sempre. E isso, em questão de minutos.

Olhar de mãe, além de ser cheio de amor, também é capaz de enxergar aquilo que está na nossa cara e só nós não estamos vendo. E isso vale para tudo: objetos e sentimentos e acontece em todas as casas. Mãe, só muda de endereço. 

Wânia Filiú tem 52 anos e até hoje tem coisa que só a mãe dela, Marlúcia, acha. "Sabe que eu fiquei mal acostumada. Nem me esforço muito para encontrar, porque ela sempre acha", conta a diretora de escola.

Stella e a mãe Carla. Hoje a filha repete a cena e encontra tudo em casa. (Foto: Arquivo Pessoal)
Stella e a mãe Carla. Hoje a filha repete a cena e encontra tudo em casa. (Foto: Arquivo Pessoal)

Mesmo estando à frente de uma escola há anos, lidando com alunos desde o berçário, o faro para encontrar coisas não veio junto com as crianças. É coisa de mãe. 

"Uma vez perdi minha chave na chuva. Foi uma coisa bem fora do normal e que ela me salvou. Era uma enxurrada e eu fui descer na frente da porta da escola e a chave caiu. Era daquelas com controle e segredo, sabe? Eu tentei procurar e nada, achei que o bueiro tinha levado. Depois vejo minha mãe com ela na mão. Ela encontrou e eu não acreditei naquilo", conta. 

A mãe diz que naquele episódio, nem precisou a filha pedir por ajuda. "Ela estava apavorada. Eu saí e desci procurando. Achei no cantinho, ficou assim entre o meio-fio e a calçada", completa a dona de casa Marlúcia de Oliveira Filiú, de 73 anos.

Se é dom? Dona Marlúcia concorda. "Acho que é de mãe, é intuição mesmo. A gente procura e acha. E é muita coisa que os filhos perdem. Em casa sempre foi assim: 'mãe, onde tá isso? Onde tá aquilo? E eu estou sempre procurando. Às vezes está na frente deles...", narra aos risos.

Para a filha, tem outra explicação. "Acho que é por amar a gente, pela preocupação e por sempre querer facilitar as coisas. Mãe super protege e ela sempre quer fazer as coisas certinhas também. Não gosta de ver a gente perdida, procurando e perdendo tempo", descreve Wânia.

Filha e hoje já mãe, Stella Zanchett se vê repetindo os feitos de dona Carla, com Otto e Olga. "Na minha adolescência eu pensava: como que ela sempre sabe? Hoje eu sei do marido, das coisas das crianças. Respondo 'está em cima da mesa'. 'Mas eu já olhei lá, não tá'. E sim, sempre está", reproduz a jornalista de 32 anos.

Vivendo para encontrar as coisas na casa, Stella brinca que esta é a mágica das mães. "De só a gente conseguir enxergar", diz. No entanto, o dia a dia ensinou que além disso, tem também o fato de que é ela quem sempre está arrumando e colocando tudo no lugar. "Então eu acabo memorizando. Fica mais fácil, a gente mexe com pequenos detalhes e grava".

No último aniversário dela, mãe e filha caíram na risada juntas. "Eu lembrei que toda filha fala que quando crescer, vai ser muito diferente. E eu disse à ela que estava impressionada, como cada vez mais, eu fico parecida com ela". E isso não só na mágica de achar coisas, brinca Stella.

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