Ele se acidentou, ficou em coma, mas foi identificado graças à tatuagem no braço
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Há 3 anos, ele sofreu uma acidente de moto. Colidiu contra um poste e teve o rosto praticamente desfigurado. Ficou 10 dias em coma. Quando recobrou a consciência, ainda no hospital, não conseguia falar, mas sabia dizer o nome quando era questionado. Bastava mostrar o braço. A tatuagem bem trabalhada, em letras garrafais, revelava a identidade: Gilvan.
“Não conseguia falar porque meu rosto estava quebrado, então, para me identificar, mostrava a tatuagem”, relembrou.
Foi o começo da recuperação. O início da nova vida. A comunicação escrita, inscrita no braço, com o tempo, deu lugar à oral, para alegria do vendedor, que hoje tem 30 anos.
Mas o tempo passou e Gilvan dos Santos se arrependeu da escolha da tatuagem, um sonho antigo. Diz que foi na onda dos amigos, mas não se culpa por ter tatuado o próprio nome.
"Não sei justificar ao certo a escolha”, comentou, ao dizer que fez tudo no impulso. Passou em frente a um estúdio, parou, entrou e saiu “marcado”.
Quem repara no detalhe desenhado no lado externo do antebraço, geralmente pensa que Gilvan é o nome do filho, revelou o vendedor.
Ele dispensa o título de narcisista, mas quem vê de fora não pensa da mesma maneira. Tatuador há 20 anos, Arnaldo Redeke considerou estranha a escolha de Gilvan.
Em duas décadas de profissão disse que nunca atendeu um cliente que pedisse o próprio nome. “Acho estranho, mas depende de cada um. Cada tatuagem tem uma proposta”, avaliou.
O tatuador Fábio Monteiro, de 38 anos, reprova. Há 3 anos, no mercado, disse que nunca teve um pedido para tatuar o nome da própria pessoa. Para Gilvan, a ideia estranha para os outros acabou sendo salvadora.