Em praça, casa e comida revelam cuidado de quem 'adotou' 12 gatos
Há dois anos, funcionária pública cuida sozinha dos felinos garantindo alimentação e castração
Na região central de Campo Grande a praça com banco e cadeiras se tornou lugar de boa ação onde Patrícia Lima, de 46 anos, alimenta os gatos de rua da região. Potes de ração, água e uma casinha de cimento compõem o cenário da ‘praça dos gatos’.
Há dois anos, a funcionária pública alimenta os felinos diariamente. Além da ração e sachês, ela já tirou do bolso dinheiro para castrar os animais e conseguiu lar para alguns deles.
Moradora da região, Patrícia comenta que transitando na rua percebeu a presença dos ‘bichanos’. A funcionária pública diz ter desistido de doar outros que apareceram devido a um episódio de maus-tratos.
Veja o vídeo:
“Eu trabalho aqui perto e moro aqui perto. Eu passo pela pracinha pra poder ir pra casa e via que tinha os gatinhos. Três eu doei, mas desanimei de doar mais porque um deles foi maltratado”, lamenta.
Com o intuito de chamar a atenção das pessoas para o abandono dos gatos, Patrícia criou no ano passado um perfil no Instagram onde explica o motivo de estar alimentando e castrando os felinos, principalmente as fêmeas, para evitar a reprodução.
A funcionária pública fala que espera conseguir o apoio de outros moradores para a causa animal. “Pela pracinha passam muitas pessoas que acham os gatinhos fofinhos. Quando criei o Instagram a minha intenção era mobilizar as pessoas que moram aqui perto para ajudar os animais”, relata.
Por enquanto Patrícia segue sozinha na missão de ajudar os gatinhos, mas comemora porque vez ou outra alguém se solidariza. Ela cita o exemplo de uma mulher que doou a casa de cimento após a anterior ser furtada.
“Eles tinham uma caixa de plástico que roubaram ela estava presa com arame no banco. Uma moça no cartório doou uma casinha de cimento sensacional pra eles. Deve ter uma semana que ela doou. Fiquei muito feliz por ter ganho, porque estava sendo um problema a questão de chover neles”, conta.
Mensalmente, ela gasta quarenta quilos de ração por mês, além de sachês. O último alimento é usado como estratégia para Patrícia fazer amizade com os felinos e conseguir os levar para castrar.
Ela explica como funciona o esquema de ida até o veterinário. “Todos que vem aqui eu dou um sachê para pegar amizade. Eu consigo colocar o sachê dentro da caixa, eles entram e eu levo pra castrar”, declara.
Sem ter número exato de quantos gatos alimenta na praça, Patrícia contou o total de 12, mas como não fica no local durante o período noturno não sabe dizer se outros se alimentam.
Para evitar que mais gatos sejam abandonados na praça, ela pede para o endereço do local não ser divulgado. “Meu receio é que as pessoas comecem a jogar os gatinhos aqui”, afirma.
No fim da entrevista, Patrícia diz que não é uma ONG, mas apenas uma pessoa que está ajudando. Ela ressalta que cada um pode fazer sua parte pelos animais. “Eu gostaria que outras pessoas tomassem essa iniciativa de castrar os gatinhos da região. Tem muitas pessoas que passam pela pracinha e me falam que no bairro delas está cheio de gato”, finaliza.
O perfil no Instagram é @gatosdapracinha. Na bio, Patrícia disponibiliza o PIX para aqueles que quiserem contribuir na compra de ração.
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