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Comportamento

Enem fez aluno de MS conquistar faculdade prestigiada da Europa

Ingresso na Universidade de Coimbra foi possibilitada através do uso de notas do Enem

Aletheya Alves | 28/03/2023 07:02
Mateus deixou Aquidauana para estudar Relações Internacionais em Portugal. (Foto: Arquivo pessoal)
Mateus deixou Aquidauana para estudar Relações Internacionais em Portugal. (Foto: Arquivo pessoal)

Aos 20 anos, Mateus Nishiyama Akayama é um dos estudantes brasileiros na Universidade de Coimbra, uma das mais antigas do mundo. Tendo crescido em Aquidauana, o jovem sonha em trabalhar na Unesco e deixou Mato Grosso do Sul para estudar em Portugal.

Nascido no Japão, ele conta que veio para o Brasil com a família quando tinha apenas quatro anos. Isso porque os pais, ambos brasileiros, haviam se conhecido no Japão enquanto trabalhavam e decidiram retornar ao país de origem.

Já tendo esse panorama, Mateus comenta que o sonho de morar fora sempre esteve presente, mas foi necessário aguardar o momento da graduação. “Desde o início do ensino médio eu já pensava nisso, mas no começo pensei em cursar arquitetura. Depois, entre 2019 e 2020, passei a repensar”.

Hoje, ele cursa Relações Internacionais e a escolha da área veio enquanto pensava sobre como e onde poderia estudar. Sobre a escolha de Portugal, Mateus comenta que alguns fatores foram importantes.

“Outros lugares não eram tão viáveis, eu conhecia um pouco sobre as oportunidades portuguesas para brasileiros e vi que para mim casava com o que eu queria. Tinha o curso da minha escolha, facilidade de realizar o processo e também a proximidade cultural”.

Com gosto por diplomacia e interesse pelas Nações Unidas, ele narra que sempre achou interessante o gosto por instituições internacionais. Ao conhecer sobre a Unesco, que trabalha com cultura, arte, patrimônio e educação, o gosto se intensificou.

Para mudar de País, ele utilizou as notas do Enem e conseguiu ingresso. (Foto: Arquivo pessoal)
Para mudar de País, ele utilizou as notas do Enem e conseguiu ingresso. (Foto: Arquivo pessoal)
Hoje, ele cursa sua graduação na Universidade de Coimbra. (Foto: Arquivo pessoal)
Hoje, ele cursa sua graduação na Universidade de Coimbra. (Foto: Arquivo pessoal)

A partir dos estudos, sua dedicação tem se direcionado para a área de patrimônio e a escolha pela graduação internacional faz cada vez mais sentido.

Apesar da divulgação sobre como estudar fora do País ter diminuído, Mateus comenta que os processos continuam existindo. E, especificamente em Portugal, um dos modos mais tranquilos para conseguir ser aceito em uma universidade é utilizando as médias do Enem.

Em seu caso, as relações com universidades de fora começaram em meados de 2017, quando passou a enviar e-mails para entender sobre os processos. Mas, quando chegou o momento da escolha, a pesquisa se tornou mais intensa.

“Outro lugar que ponderei foi a Alemanha, mas apesar do curso ser ministrado em inglês, meu alemão era nulo. Então, Portugal foi a porta de entrada para que eu pensasse e imaginasse a graduação no exterior”, diz.

De acordo com Mateus, o processo de aplicação foi relativamente simples, isso porque a maior parte foi realizada online. “Você se candidata online pela plataforma da universidade, faz a seleção e tem um simulador para ver suas notas do Enem, em quais cursos pode se candidatar. Isso é interessante até para quem estiver com dúvidas”.

Após essa primeira etapa, com a aceitação, a matrícula e inscrição são feitas online, sendo que os documentos são apresentados presencialmente apenas quando o aluno já está em Portugal. “Alguns lugares (outras universidades), você precisa enviar por Correio para eles analisarem, depois volta e isso torna o processo mais longo e burocrático”, explica sobre o trajeto.

Além dos estudos, experiências culturais são destacadas como positivas por Mateus. (Foto: Arquivo pessoal)
Além dos estudos, experiências culturais são destacadas como positivas por Mateus. (Foto: Arquivo pessoal)

Devido aos incentivos de acordos bilaterais terem diminuído durante o passar do tempo, Mateus comenta que os gastos com mensalidade da universidade, que mesmo sendo pública precisa ser paga, moradia e alimentação acabam sendo dos próprios alunos.

Ainda assim, há alguns incentivos por parte da própria universidade. “As bolsas são um pouco escassas para brasileiros que vem para graduação. Se você tem determinadas médias, em uma escala de 0 a 200, acima de 160, 180,  você consegue uma bolsa que te ajude”.

Conforme ele explica, esses auxílios podem ser aplicados na redução da mensalidade, por exemplo. “Outro ponto é que a universidade tem alojamentos para ficar, em geral são preços mais acessíveis. Tem o serviço de ação social também, que fornece cantinas pela cidade, servem almoço, são cafeterias e tem uma gama diversa com preços mais baratos”.

Outra opção para ajudar nos valores são os trabalhos em parte do tempo na própria universidade com serviços administrativos.

Já estando mais acostumado à rotina, Mateus comenta que estudar em Portugal é visto por ela como uma forma de abrir várias portas e aprender sobre culturas diversas. Na prática, um dos exemplos dados por ele é a importância do diploma.

“O diploma da União Europeia, dentro dela, tem um peso muito grande. Um diploma da Universidade de Coimbra também tem muito peso”, explica. E, enquanto segue com a graduação, ele já se prepara para imaginar os próximos caminhos.

Após esse período, Mateus acredita que irá cursar o mestrado e doutorado também na Europa e cogita a mudança para a Alemanha.

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