Família mantém tradição que veio da Alemanha e tem até árvore de Páscoa
“Jesus morreu e nasceu”, é a explicação de Ana Beatriz Kraemer, de apenas 3 anos, para o real sentido da Páscoa. Ao lado da mãe e da avó, a pequena se diverte com colorido que sempre dá boas vindas à renovação que significa a data.
A família do Rio Grande do Sul, descendente de alemães, trouxe a tradição de Páscoa para o Estado há cerca de 30 anos. É na Quarta-Feira de Cinzas que os preparativos começam, com a expectativa para montar a tradicional "Osterbaum", conhecida como árvore da Páscoa, costume que nasceu na Alemanha.
Foi Carmem Beatriz Kraemer, de 60 anos, que passou a tradição familiar para as três filhas. Ela conta que não lembra de como tudo começou. “Isso vem de longe, é tradição dos meus pais ou avós. Mas sempre fiz questão que as meninas também participassem”.
Assim que termina o Carnaval, Carmem e as três filhas começam as preparações para decorar as casas. Além dos enfeites, a família prepara casquinhas de ovos recheados com amendoins, bolachas de Páscoa e guloseimas que são consumidas no decorrer da quaresma, até o domingo de Páscoa. A Osterbaum é feita com galho seco e decorada com ovos e símbolos que representam a nova vida.
A filha Aline Kraemer Kohl conta que a tradição é tão importante para a família quanto as de Natal. “ O Natal é lindo e é nascimento de Jesus cristo. Mas a Páscoa foi o sofrimento e ressurreição de Jesus. Ele sofreu tudo aquilo e ressuscitou pra salvar a gente”, diz Aline.
Para cada detalhe, há um significado. “A Osterbaum é feita com galho seco, que representa o sofrimento vivido por Jesus Cristo. Os ovos coloridos representam alegria da nova vida e o coelho a fertilidade”, lembra.
Pela casa, o colorido encanta. Guirlandas, decorações com ovos e coelhos nas mesas, na cozinha e até no banheiro. Aline conta que a família começa a juntar cascas de ovos cerca de seis meses antes, para colorir e rechear com amendoins, que também são colocados dentro dos ninhos pascais, onde há doces entregues no Domingo.
“Tentamos mostrar principalmente para criança a importância em manter a renovação da fé e família unida. O chocolate é ultima coisa”, comenta Aline, que há três anos não compra mais ovos de Páscoa em supermercado e produz os chocolates em casa.
Na próxima segunda-feira, a família começa a retirar a decoração, também unidos, como a tradição manda.