Festa junina foi aniversário que nem Alzheimer tirou de dona Leisle
Aos 75 anos, Leisle ganhou festinha dentro de casa de um jeito que emocionou toda a família.
Há muito tempo a consciência de dona Leisle, de 75 anos, passou a não fazer parte da rotina por causa do Alzheimer. Mas assim como a doença não a faz esquecer o carinho e o nome do genro, como já contamos no Lado B, ela também não foi capaz de apagar a paixão por festa junina. Ainda bem.
Com doces lembranças surgindo a cada minuto, dona Leisle celebrou no último fim de semana mais um ano de vida em ritmo junino, o qual ela sempre gostou. Ainda que haja mil formas de celebrar aniversários, a filha que a acompanha é enfática: “Ela não enjoa de festa junina, nunca abandonou o tema”, explica a advogada Andréa Tápia, de 44 anos.
Isso motivou a filha surpreender a mãe com uma festinha temática animada e que traduz todo amor e cuidado com dona Leisle, diante de uma doença que transformou a vida da família.
“Minha mãe sempre gostou de festas, doces e festa junina. Minha vontade era organizar uma festa com todas as amigas dela, mas com os riscos da covid-19 não dá para reunir todo mundo. E como ela já está esquecendo dos netos, decidi fazer uma comemoração pra ela brincar e tirar muitas fotos, algo que ela também gosta muito”.
O que a filha não imaginava era a alegria da mãe ao olhar toda a decoração preparada só para ela. “A cada hora que ela olhava a mesa de doces e lia o nome dela questionava: ‘Essa festa é pra mim? É o meu aniversário?’”, reproduz a filha.
Os questionamentos eram respondidos diante do sorriso largo de dona Leisle, além de um brilho nos olhos capaz de amolecer qualquer coração. “Ela ficava feliz a todo momento e lembrava que a festa era só dela. Isso tornou tudo mais divertido e sensacional”.
Logo que teve a ideia, a filha contou com ajuda dos irmãos e outros familiares para a preparação do aniversário dentro de casa. “Comecei a pedir ajuda para elaborar os acessórios, vi na internet dicas de decoração, comecei a fazer o vestido, colar bandeirinhas, pedi ajuda para as noras e os irmãos, e todo foram a caráter para representar uma festa junina de verdade”.
Como dona Leisle está numa fase da doença em que o barulho excessivo a deixa nervosa, a família teve a ideia de montar uma pescaria no quintal para que as crianças ficassem aproveitando ao ar livre e assim Leisle ficasse mais calma, o que deu certo. “Comprei vários brindes e coloquei na pescaria. Assim as crianças se distraíram bastante e não ficaram correndo pela casa. Foi tudo pensado para que ela aproveitasse da melhor forma possível cada momento da festinha”, descreve a filha.
Ano passado, dona Leisle emocionou leitores com sua história em que nem o Alzheimer a fez esquecer nome e rosto do querido genro Renato, provando que o amor pode ser mais forte do que qualquer remédio no enfrentamento à doença.
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