Ficar de conversa ‘mole’ com outra pessoa no WhatsApp é traição?
O maior escândalo da semana foi uma traição desse tipo, que acabou com o casamento da cantora Iza
Ficar de conversa ‘mole’ pelo celular é traição? A pergunta é simples, mas abre espaço para diferentes respostas. Nesta semana, a cantora Iza veio a público expor que foi traída e recebeu prints de conversas que o ex-namorado mantinha com outra mulher. O Lado B foi às ruas para saber a opinião das pessoas, afinal, ‘só’ conversar é traição? Depende do tom da conversa?
Para Mirele Melo de Freire, de 32 anos, é traição se a pessoa tiver outro tipo de interesse além de estabelecer uma conversa. “Tudo que a gente faz com segundas intenções é traição. Se você tiver na intenção, o que vale é a intenção”, afirma.
A vendedora Janyne Martins, de 22 anos, acredita que cada um deve saber o que pode ferir ou não o parceiro. “Se sabe que vai magoar a pessoa, então já sabe que não é certo fazer. A [traição] pode ser virtual também”, declara.
O gerente de loja, Ronei Marques, de 26 anos, acredita que a conversa pode dar margem para a infidelidade. “Eu acho que sim porque não convém conversar com uma pessoa quando você está com outra. Só pela conversa já gera uma intenção”, diz.
Beatriz Figueiredo, de 26 anos, conta que já ouviu histórias de pessoas conhecidas que foram traídas através de mensagens. Uma das justificativas que quem traiu era de ‘não foi nada físico’. Na perspectiva dela, mesmo a distância, isso é um problema. “Já é uma quebra de confiança”, ressalta.
Na visão de Rafael Alexandre, de 38 anos, traições podem começar através de aplicativos de mensagens. “Se deu uma brecha é um tipo de traição. Hoje em dia quase todas as traições são assim, elas começam pela rede social”, conta.
Regiane Rodrigues, de 41 anos, é da opinião que se o diálogo ultrapassa um limite, então pode ser traição. “Dependendo da conversa é sim. Eu conheço amigos que são homens casados que tem conversas com respeito e que não falam de cantada. Quando envolve cantada, falar do corpo pra mim é traição”, comenta.
Para o contato Carlos Chagas, de 56 anos, uma coisa pode levar a outra, ou seja, ficar de conversa mole é uma questão para ele. “Eu acho que o papinho tem uma intenção e a intenção tem um papinho. Eu sou rígido nessa parte”, afirma.
Alisson Viana Alves, de 23 anos, não acha recomendável manter conversas quando uma das partes está comprometida. “Aleatória assim acho que não é aconselhável, para evitar coisas futuras”, expõe.
Traição é subjetiva - O Lado B também levou o debate para a psicóloga Cristiane Piredda, que tem 28 anos de carreira. Em Corumbá, ela também trabalha atendendo casais, por isso, relacionamentos são uma das especialidades da profissional.
Antes de mais nada, a psicóloga destaca que a traição é algo subjetivo porque depende da interpretação de cada pessoa. “A definição de infidelidade é tudo menos rígida, ao mesmo tempo que é simples, é complicado. Os casais elaboram os próprios termos. O que seria traição para um pode não ser para o outro”, explica.
No caso de conversas pelo celular, ela dá exemplo que um simples emoji pode causar atrito na relação a dois. “A infidelidade é a quebra de dois indivíduos, mas é baseado sempre no comportamento. Para um parceiro, por exemplo, não tem nada a ver colocar coração em mensagens, mas o outro pode entender que sim”, esclarece.
Essa interpretação, segundo ela, é resultado das vivências de cada pessoa. “O que eu vejo muito é que vai pelas crenças de cada um, como foram criados, tudo que a pessoa vivenciou, a personalidade, tudo isso vai afetar”, completa.
Indo mais além, a psicóloga argumenta que traição não está ligada a uma conduta sexual ou emocional, mas sim o fato da conduta não estar dentro do acordo do casal. Para saber qual seria o ‘acordo’, Cristiane expõe que é essencial os casais dialogarem sobre, identificarem os limites de cada um para também definir o que é considerado traição.
“Os limites têm que ser conversados e expostos. [...] Os limites têm que ser conversados para que não haja esse: ‘Por quê você fez isso comigo?”, ressalta.
A partir dessa conversa, o casal poderá entender o que magoa o outro. Nesse contexto, o exercício de empatia também é uma boa ferramenta para a manutenção do relacionamento. Seja fisicamente ou virtualmente, o significado de traição irá variar.
Independente da situação, a psicóloga enfatiza que a traição amorosa é traumática porque ameaça a segurança emocional, porém até para isso existe uma solução. “Ela machuca, mas pode ser curada”, pontua.
Entenda o caso - A cantora Iza anunciou na quarta-feira (10) o término com o jogador de futebol Yuri Lima. Através das redes sociais, ela relata que a situação foi ‘a maior baixaria’ que aconteceu na vida dela. Conforme a artista, o ex mantinha contato com uma mulher com quem já ficou.
“Ele me traiu. Não acredito que eu estou falando isso. Mantinha conversas com uma pessoa que já tinha ficado com ela. Antes de ficar comigo. Mantinha conversas com ela. Nunca parou de conversar com ela. E vocês vão conhecer ela, porque ela quer muito ser conhecida. Mantinha conversas com ela em altos níveis. E para mim isso já é uma quebra de confiança muito grande”, declarou através das redes sociais.
Iza e Yuri estavam juntos desde 2023 e em abril deste ano ambos anunciaram a chegada da primeira filha: Nala. No vídeo que soltou nesta semana, a cantora também falou sobre a gestação.
"E isso é tudo que eu vou falar. Nós não somos mais um casal. Fiquei sabendo dessa quebra de confiança. Sem confiança, não existe relacionamento e eu estou grávida. Então, preciso agora de sossego, de tranquilidade. E isso é tudo que eu vou falar sobre isso".
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