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Comportamento

Filho encontrou “pedaço do pai” ao descobrir que tinha irmão de 33 anos

Depois que o pai faleceu, Bruno voltou a ser feliz quando descobriu que tinha um irmão em outro estado

Bárbara Cavalcanti | 15/07/2021 06:10
Bruno, à direita, encontrou irmão Guilherme sete anos depois de pai ter falecido. (Foto: Arquivo Pessoal)
Bruno, à direita, encontrou irmão Guilherme sete anos depois de pai ter falecido. (Foto: Arquivo Pessoal)

A vida do publicitário Bruno Silva de Carvalho, de 28 anos, teve uma reviravolta surpreendente sete anos após a morte do pai: ele descobriu que, de um antigo relacionamento, existia um filho do seu pai e assim, realizou o sonho de ter um irmão. “Foi o dia mais feliz da minha vida”, expressou ao Lado B.

Bruno é natural de Coxim e sempre foi muito achegado ao pai.”Tive o apoio dele em todas as situações, em todos os momentos ele foi o melhor amigo, sempre me senti sortudo pela família que tenho”, comenta.

Uma das expressões de amor por parte do pai que mais marcaram Bruno, foi quando ele se assumiu homossexual. “Fiquei com medo da reação, ele era bastante conservador, mas um ano antes da sua morte, eu resolvi me assumir. Ele só me abraçou e disse: ‘Eu te amo e vamos passar por isso juntos’”, relembra.

Pai de Bruno, que faleceu em 2013. (Foto: Arquivo Pessoal)
Pai de Bruno, que faleceu em 2013. (Foto: Arquivo Pessoal)

Em 2013, Bruno resolveu vir para Campo Grande para estudar. A ajuda também veio principalmente do pai. E dois meses depois, foi o próprio pai dele quem também acabou vindo para a Capital, mas para tratar de um problema de saúde. “Em novembro ele teve que entrar em coma induzido depois de uma cirurgia. No dia 9, eu o perdi, três dias antes do meu aniversário”, detalha.

Bruno então diz que continuou com os estudos em Campo Grande, mas tudo a partir dali era sempre regado de tristeza. “Eu nunca pensei que poderia perder ele, sabe? Eu sempre achei que ele acordaria. Então, nesse tempo todo eu me formei, e tive algumas conquistas. Mas nada mais me deixava feliz”, expressa.

Porém, mal sabia ele que a felicidade lhe aguardava em forma de irmão, cunhada e sobrinho. Em Coxim, a cunhada de Bruno tinha colocado um spot na rádio local procurando o pai do esposo, mas sem muitas informações. O único contato que ela conseguiu, foi um tio de Bruno que mora no Paraná.

Uma prima de Bruno foi quem lhe deu a notícia. “Uma prima minha me contou sobre uma mulher de um possível irmão meu, que entrou em contato com um tio nosso que mora em Peabiru, no Paraná. Eu fiquei em estado de choque. Ela me disse que eu não precisava entrar em contato com eles se eu quisesse, pra eu não ficar triste. Mas eu respondi que era o dia mais feliz da minha vida. Eu sempre quis ter um irmão”, conta.

O primeiro contato foi com a cunhada. A família “nova” mora em Curitiba e o encontro foi parcialmente triste, uma vez que o pai de Bruno já era falecido. A história do irmão paranaense Bruno também contou ao Lado B.

“Meu pai foi obrigado pelo seus pais abandonar esse filho quando era novo e vir morar em Coxim. Então não foi um abandono, era uma história romântica com a mãe do meu irmão que não aconteceu por conta da família dos dois. Tanto que a mãe do meu irmão não guarda mágoas, somente saudade”, explica.

O encontro dos irmãos aconteceu em outubro de 2020. O irmão curitibano se chama Guilherme Felipe Pichola, de 33 anos. E o carinho entre os dois foi instantâneo, já que ambos compartilhavam em querer ter um irmão. “Ele ficou super feliz, a gente se deu muito bem mesmo, sabe? E ele é a cara do meu pai. Quando estou com ele, tenho a sensação de estar com meu pai”, comenta Bruno.

Bruno em Curitiba com a família "nova". (Foto: Arquivo Pessoal)
Bruno em Curitiba com a família "nova". (Foto: Arquivo Pessoal)

Além do irmão, Bruno também ganhou um sobrinho, que é a preciosidade de Bruno, e a cunhada, a grande responsável por tudo ter acontecido. “Essa família me deu vontade de viver”, expressa.

Ainda de acordo com Bruno, para a mãe dele também foi uma descoberta. “A relação deles é boa. Até porque foi algo que aconteceu antes dela conhecer meu pai”, detalha.

E Curitiba virou a segunda casa de Bruno. “Passei Natal e Ano Novo com eles e acabei de chegar de lá, tinha passado dez dias com eles”, comenta.

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