“Foi inspirador”, diz campo-grandense vice-campeão de dança do Silvio Santos
Ademar Cardoso teve a oportunidade de estar ao lado do comunicador nos anos 80 e representar o Estado
“Existem outros comunicadores bons, mas Silvio Santos foi supremo”. Esse é um dos muitos elogios dado ao comunicador que faleceu na madrugada deste sábado (17), feito pelo campo-grandense Ademar Cardoso, de 62 anos, vice-campeão do Concurso Nacional de Dança realizado nos anos 80.
Ao Campo Grande News, o jornalista contou como teve a oportunidade de estar lado a lado do ícone da televisão que fez história no ramo da comunicação brasileira.
Ademar relatou que a oportunidade de participar da competição aconteceu de “sobressalto”, quando faltavam apenas dois dias para o início das gravações em São Paulo.
“Eu ia muito nas discotecas de Campo Grande, sempre frequentei desde os 15 anos. Eu gostava de dançar o estilo livre, que na época era conhecido como ‘street dance’”, disse.
Por ter ganhado competições de dança na Capital e ter ficado conhecido na cidade, Ademar foi contatado pelo coordenador da TV Campo Grande, afiliado da SBT em Mato Grosso do Sul, para que pudesse representar o estado na competição nacional que seria exibida no Programa do Silvio Santos.
“Os meus chefes me liberaram para ir de avião e gravar a competição. Eu fui junto de uma mulher que me lembro só primeiro nome, Célia, mas que também frequentava os clubes da cidade”, contou.
Para além da vontade de participar da competição, Ademar queria conhecer pessoalmente o apresentador, mas a cada eliminatória que participava e passava, a frustração surgia. “A gente ficou uns quatro ou cinco dias gravando. Todo mundo queria ver ele, tirar foto, mas ele não aparecia. Até que na final tive a oportunidade de estar no palco ao lado dele”.
A participação rendeu aos sul-mato-grossenses o segundo lugar no pódio, mas, para o jornalista, o momento de êxtase ficou completo ao ficar próximo de quem sempre admirou na vida e na profissão.
Quando retornou a Campo Grande, Ademar descobriu que o programa seria exibido em um domingo, mas ele estaria de plantão no jornal em que trabalhava. A família e os amigos se juntaram em casa e, com uma câmera fotográfica, conseguiram registrar o momento que ficou além da memória.
“Eu estava no jornal e lá só tinha uma televisão. Eu sentei na poltrona e fiquei aguardando o programa começar, mas meu colega, o Antônio Carlos, e que hoje é conhecido como ‘voz do trovão’, precisava assistir a Fórmula 1 para fazer matéria. Houve um breve conflito, mas no fim tive que ceder”, relatou.
Ademar destacou que não seria isso que o faria perder a oportunidade de assistir o programa que participou e conseguiu sair como vice-campeão.
“Eu soube de um acidente na Afonso Pena, mas não precisava eu como repórter ir porque era leve. Eu chamei o fotógrafo e fui para o acidente, mas no meio do caminho parei na casa da minha namorada que morava perto do jornal e consegui assistir ao programa”, contou dando risadas da situação que ficou marcada para sempre.
Passado tantos anos, o agora locutor e apresentador de eventos destaca a experiência como uma oportunidade de ver aquele em quem se inspirou para se tornar seguir na profissão em que atual até hoje.
“Não tem outra fonte de inspiração, outra pessoa que a gente possa se espelhar entre tantos comunicadores como o Silvio Santos. Existem outros comunicadores bons, mas ele foi supremo. Você tem que sorrir, tem que improvisar, tem que ser autêntico, tem que falar como o Silvio Santos sempre fez”, relembrou.
Com a morte do comunicador, Ademar destaca que “onde quer que ele esteja, ele quer ver a gente feliz. Ele cumpriu uma missão que nos fez muito bem”, finalizou.
Namoro ou amizade - Quem também teve a oportunidade de participar do programa foi a campo-grandense Tatiane Maria de Lima Barbosa, atualmente com 46 anos, mas que foi uma das convidas do quadro "Namoro ou Amizade" em 97, quando tinha apenas 18 anos.
"Eu fui no SBT ali na calógeras e fiz minha inscrição. Uma semana depois me ligaram e perguntaram se eu queria ir. No dia seguinte eu estava cedo lá e me levaram para o aeroporto. Foi a primeira vez que viajei de avião e fiquei em um hotel chique, aproveitei muito, tudo era festa para mim naquela época", disse.
Na gravação do quadro acabou "sobrando", porque um menino faltou e entre as cinco mulheres e quatro homens participando, ela não foi escolhida. "Quando voltei pra Campo Grande virei piada. Sofri bastante, mas valeu muito a pena, foi uma experiência única na vida".
Posteriormente, teve a oportunidade de participar do programa mais uma vez no mesmo quadro, quando teve uma interação com um rapaz do Espírito Santo, mas que no fim ficou apenas em "amizade".
Atualmente, Tatiane mora na Alemanha onde vive o marido que conheceu em um aplicativo de relacionamento. "Antigamente era programa, hoje é aplicativo. A gente tem que aprender a dizer sim para as oportunidades que a vida nos dá".
Hoje a campo-grandense guarda uma foto de recordação do momento vivido no auge da juventude, que deu a ela a oportunidade de conhecer outra cidade e viver boas experiências.
"Foi uma honra participar do programa. É raro encontrar pessoas do nosso Estado que tiveram a chance de estar lado a lado com o Silvio Santos", finalizou.
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