Ford 36 é herança que leva Hermes a lugares que o pai sempre sonhou
Há mais de dois anos filho é “guardião” de um Ford 36 que viu pai reformar na infância
“Eu digo que não sou o dono, sou o tutor. Cabe a mim cuidar do carro que é uma lembrança forte dele. Esse carro era o xodó do meu pai”. Hermes Zornitta Júnior, de 32 anos, herdou uma missão importante: ser o guardião de um Ford 36 reformado há anos pelo pai que faleceu em julho de 2022.
A história dos dois começa com uma carcaça do modelo clássico do veículo. Hermes conta que o pai achou a parte externa no Rio Grande do Sul, em 2004. A reforma durou quase quatro anos. A ideia não era guardar o automóvel, mas andar com ele. “Ele achava o modelo um dos mais bonitos da época. Meu pai falava que os carros são para rodar, ele ia em vários eventos de colecionadores, sempre foi uma paixão dele”.
O pai não conseguiu realizar uma das viagens que Hermes Júnior fez este ano: sair de Dourados, cidade onde a família mora, e chegar até um evento de customização de veículos antigos, em Balneário Camboriú, em Florianópolis, com o Ford 36. Ao todo, foram 1.108 quilômetros de estrada.
Apesar do carro ser modificado, ou seja, não ser inteiro original, Hermes relembra que acompanhou a montagem do veículo quando era criança e acredita que o upgrade foi benéfico.
“Ele foi modificado, chassi e mecânica, foi alargado e diminuído o teto. Hoje ele tem ar,direção hidráulica, tudo o que um carro novo teria, inclusive multimídia. Estou mantendo as viagens que ele fazia. Ele aproveitou muito esse carro e fazia essas viagens grandes. Eu fiz a escolha de manter os carros dele porque a paixão que ele tinha também é minha paixão. Sinto um dever como filho de manter o legado dele”.
A relíquia familiar era quase intocável. Hermes explica que só o pai conduzia o carro e que quando ele teve idade para dirigir só podia quando estivesse com ele. “Este carro é mais que do que uma carro, por eu ando, as pessoas falam que é como se vissem o meu pai andando com ele”.
Sobre a herança ser transferível, o filho ressalta que assim como o pai não deixa que ninguém use o Ford e que o bem só será passado quando ele deixar a terra.
“Hoje é meu xodó também, só eu ando. Quem sabe um dia vou poder passar para um filho meu, seria um sonho. Eu tenho muito orgulho da pessoa que meu pai foi, dos ensinamentos dele, por ele não desistir do sonho de fazer os carros antigos que ele teve. Ele foi um dos fundadores do clube de carros antigos de Dourados”.
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