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Comportamento

Foto de 1999 fez Bárbara voltar no tempo e ver o lado bom das coisas

O #TBT de hoje é de uma filha que olhou para o passado ao lado do pai e descobriu muita coisa bacana.

Thailla Torres | 15/04/2021 06:13
Bárbara em sua primeira formatura ao lado do pai, em 1999. (Foto: Arquivo Pessoal/Bárbara Cavalcanti)
Bárbara em sua primeira formatura ao lado do pai, em 1999. (Foto: Arquivo Pessoal/Bárbara Cavalcanti)

A foto acima é uma das mais significativas para a jornalista Bárbara Cavalcanti, de 27 anos. O retrato de 1999 a fez enxergar e refletir em tempos de pandemia o quanto é importante se ligar para o lado bom das coisas, mesmo que nem tudo saia como prevista.

A imagem ao lado do pai foi feita em Jaboatão dos Guararapes, Pernambuco. Era sua formatura do ABC no SESI. Esse dia foi uma das memórias mais recentes que ela tem de ter sentindo um misto de emoções, ruins e boas, ao mesmo tempo. “Mas acho que de longe, o sentimento mais forte era a raiva, pois muito do que aconteceu naquele dia não foi como eu imaginei”, recorda.

A primeira coisa: Bárbara tem um primo da mesma idade que a sua, mas que estudava em outra escola. Os dois eram sempre um par nos eventos da escola dele. “Inclusive a formatura dele tinha sido há pouco tempo antes naquele ano. Na ocasião, minha tia alugou um vestido enorme pra mim, colorido e lindíssimo, e mandou fazer meu cabelo num penteado na cabeleireira profissional”.

Bárbara sentia que sua formatura teria outro dia de princesa, o que não rolou, e hoje em dia ela suspeita que tenha sido também por uma questão financeira. “Minha avó fez meu cabelo e eu odiei o penteado, porque eu queria meus cachos bem definidos e ela tacou-lhe o pente e destruiu tudo. Ainda existia o dress-code que os formandos só podiam usar branco. Acabei odiando meu vestido, pois eu queria o mesmo da formatura do meu primo – que era rosa”.

A segunda expectativa frustrada teve a ver com sua escola ter proibido a participação na cerimônia de alunos de outras escolas, o que consequentemente barrou o primo de ser seu par. “Me juntaram com um menino da minha turma que eu não gostava e que se escondeu debaixo da mesa na hora da valsa. Eu quase virei aquela mesa, pela vergonha que ele estava me fazendo passar, mas minha professora fisicamente me impediu”.

Por outro lado, Bárbara diz que estava sentindo muita felicidade de ver os dois lados da sua família unidos, coisa rara na vida de uma filha de pais divorciados. “Eu lembro de estar tão feliz, que eu apresentava meus parentes uns aos outros, como se eles não se conhecessem. Principalmente ver minhas duas avós, meu pai, minha mãe e minha irmã no mesmo espaço me deixava sorrindo”.

Além disso, ela foi a oradora da turma, leu o agradecimento aos pais e mestres. “Eu fiquei decorando aquele discurso, fiquei um tempão nervosa de esquecer o que dizer, mas quase chorei de alívio quando minha professora me passou o microfone e uma pasta com a transcrição. E meu pai chorou, ele nega, mas há testemunhas que relatam que se emocionou”.

Ao olhar a foto neste ano, em um período mais letal da pandemia, Bárbara foi capaz de pensar o que falaria para si se pudesse voltar no tempo. “Eu queria poder ter ajudado aquela criança a lidar com os próprios sentimentos. Ensinar aquela nordestininha a identificar o que ela está sentindo e explicar que ela tinha total permissão de sentir tudo. Queria poder falar pra ela, naquele momento que a vida é assim, às vezes nem tudo sai como a gente quer. Mas que nessas horas, o importante é respirar fundo e aproveitar o lado bom das coisas”.

Qual foto te dá saudade? Mande seu #TBT para o Lado B no Facebook, e-mail: ladob@news.com.br ou no Direto das Ruas através do WhatsApp do Campo Grande News (67) 99669-9563.


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