Funcionária pública vence Miss Tattoo, mas concurso não buscava só mulher bonita
Na porta do evento, o recado é direto: "tatuagem não é moda", nem rebeldia, mas o gosto pela arte a ponto de eternizar na pele sentimentos ou lembrança. Com esse lema, a mulherada da segunda edição do Campo Grande Tattoo Fest subiu ao palco exibindo o que levam no corpo, com atitude e sem ligar para padrões de comportamento ou estética.
O evento teve, inclusive, o primeiro concurso de Miss Tattoo e quem levou o título foi a funcionária pública, de 32 anos, formada em Moda, Jociene Acosta Gomes, conhecida como Jô Modificada.
Depois de uma performance cheia de sensualidade no Clube Estoril, ela mostrou a que veio. "Vim representar todas as minas que têm atitude, mostrando que a gente pode ser tatuada e continuar sendo uma mulher respeitada, linda e diferente".
Com grande parte do corpo tatuado, Jô tem desenhos dos pés ao pescoço, mas já pretende preencher toda parte que falta. Além da paixão pelos traços na pele, a funcionária pública também está aprendendo a tatuar. "Quem sabe no próximo festival eu seja uma tatuadora, esse é um dos meus sonhos".
A disputa teve a participação de 9 candidatas no sábado. Marta ficou com o título de Miss Simpatia, com uma performance ao som de Amy Winehouse. "Amy foi uma mulher intensa e ela me representa", justificou.
Juliete, também da Capital, foi quem abriu o desfile e respondeu as juradas sobre o que era ser uma mulher poderosa. "É fazer a diferença, mostrar que você pode ser independente de qualquer coisa e do que vão falar".
Cada uma também mostrou que ninguém faz uma tatuagem à toa, e que ela ganha significado, ideologia e coragem. "É preciso mesmo ter atitude, a gente sofre preconceito em quase todas as situações. Eu, como sou do interior, poucas pessoas aceitam, mas isso não importa", afirmou Rafaela, uma das competidoras.
Teve mulher que veio de fora competir, mas conquistou o público ao demonstrar afeto por Mato Grosso do Sul. De Barcelona, Marelia Rodrigues, chegou a Campo Grande há 4 dias e aproveitou o festival ao lado do marido que é tatuador. "Uma das minhas tatuagens preferidas é o ipê com arara azul que tenho no braço, uma tatuagem que demonstra o nosso carinho pelo Brasil", afirmou.
Com muita roupa ou pouca roupa, além das tatuagens, também foram avaliados critérios como atitude, simpatia e personalidade. Mais do que prêmio, o concurso reforçou a palavra de ordem hoje da mulherada, "emponderamento". "Mostraram que são mulheres de atitude, que gostam de arte e que não importam os julgamentos, elas podem ser o que quiserem", destaca a colaboradora Carolina Roque, de 30 anos.
A 2° Edição do Tatoo Fest continua até hoje (domingo), no Clube Estoril, em Campo Grande. A entrada é R$ 20,00 mais 1 kg de alimento não perecível.
Confira toda as competidoras na galeria de fotos.
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