Gabriel faz pulverizador com sucata para não ter dor nas costas
Jovem de assentamento sonha em se formar e ter a própria empresa de aluguel de máquinas agrícolas
É da casa que divide com o pai e a madrasta, no assentamento Santa Luzia, em Nova Alvorada do Sul, a 177 quilômetros de Campo Grande, que Gabriel Montoura de Oliveira, de 21 anos, tira do papel as ideias que tem. Recentemente, sua nova criação foi uma máquina agrícola para pulverizar em áreas de plantio. O que muitos não imaginam é que o pulverizador foi feito com sucata e motor da própria motocicleta.
Com dimensões muito maiores que o antigo pulverizador costal que ele e o pai utilizavam, a nova máquina reduziu o tempo de trabalho e também a dor nas costas que eles sentiam após a pulverização.
“Antes a gente demorava cerca de uma semana para pulverizar os dois hectares plantados. Agora a gente consegue fazer o serviço em meio período. Também diminuiu a dor nas costas, pois o pulverizador costal pesa”, explica.
Gabriel nasceu em Dourados, mas mora há anos em assentamento com a família. Ele atribui o talento em transformar sucatas em objetos funcionais ao pai, “um mecânico talentoso”, diz ele. “Meu pai foi mecânico durante muitos anos, é um homem experiente, sabe mexer com motor como ninguém. E como ele gosta de trabalhos manuais como eu, quando eu tive a ideia de fazer a máquina ele topou na hora. Fizemos juntos”, conta orgulhoso.
No assentamento em que vive a família plantava urucum, mas agora vai plantar meio hectare de soja. Gabriel está entusiasmado em poder utilizar a nova máquina. “Eu já fiz duas dessa, todo mundo acha curioso”.
O maquinário foi feito com peças de ferro velho e motor de motocicleta 125 cilindradas que Gabriel tinha. “Basta cuidar, colocar gasolina e trabalhar. Eu regulei para pulverizar 100 litros por hectare”. O equipamento também uma economia para a família. “Se a gente tivesse que alugar uma maquina dessa sairia muito caro. Com a diária eu mesmo pago a gasolina e dou manutenção necessária”.
Gabriel estuda em uma escola agrícola e está no segundo ano de técnico em agropecuária. A criação, segundo ele, também faz parte do seu TCC (Trabalho de Conclusão de Curso). “Pretendo me formar, me especializar e quem sabe ter a minha própria empresa de aluguel de maquinários”, diz.
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