Gentileza com fruta e água ‘assusta’ tanto que parece até mentira
Morador conta que plaquinhas na frente de casa rendem foto a quem passa pela cidade
Para quem cresceu em meio a gentilezas, o ato de compartilhar é visto como algo comum, mas às vezes parece até mentira para quem olha de fora. Em Nioaque, a casa de Victor Araújo tem rendido fotos a quem passa pela cidade desde que o morador começou a disponibilizar água gelada e abacate grátis no quintal.
“É uma coisa tão simples, mas as pessoas acham diferente, perguntam se é de verdade mesmo”, comenta sobre o assunto. Há alguns dias, Victor confeccionou as duas placas que têm chamado atenção e costumes antigos vieram à tona.
Explicando sobre o motivo da ação, ele detalha que a distribuição das frutas chegou primeiro. “Eu tenho árvore em casa e não estava dando conta. Então resolvi colher, colocar na sala e deixar ali na frente. Aí as pessoas podem comer também e não estraga”.
Já sobre a água, Victor diz que sabe como os períodos de calor em Mato Grosso do Sul podem ser intensos. “Até tem quem faça isso, mas é raro você ver alguém dando água. Aqui faz calor demais e muita gente, muito idoso faz as coisas andando. É bom ter a água gelada para refrescar no caminho”.
No espaço, o morador colocou uma mesa para cada propósito e, para a água, passou a disponibilizar copos plásticos e uma lixeira para o descarte.
Sem integrar parte de uma organização ou algo do tipo, Victor explica que a gentileza não tem nada por trás. Prova disso é que a água e o abacate são apenas mais uma forma de compartilhar as boas coisas da vida com outros moradores.
“Acho que eu faço porque na minha família a gente sempre foi de pensar no outro, de se ajudar. Não é nada fora do normal, não quero ganhar nada com isso, só gosto mesmo”, explica Victor.
Morando em Nioaque durante toda a vida, ele comenta que conhece praticamente todo mundo da cidade e um acaba ajudando o outro. “Por exemplo, já ganhei alguns brinquedos, aí reformei e coloquei para as crianças brincarem. Nós temos um campinho no bairro, aí nos reunimos para melhorar ele também”.
A intenção de Victor, como ele comenta, é ver todo mundo sendo feliz na maior parte do tempo. “Criança se diverte fácil, mas também dá para fazer coisas para adulto. Aqui na minha família, nós temos uma árvore centenária e a gente já brincou muito em volta dela, hoje quem brinca são as crianças”.
Por gostar de trabalhos manuais, o morador detalha que é acostumado a se envolver com produções tanto para sua casa quanto para o bairro. “Eu planto quando precisa, vou fazer as coisas aos poucos”.
Exemplo disso é que até pedaços de um tronco se tornaram um trenzinho de decoração no quintal. E, para ele, falar sobre essas ações é mais um modo de compartilhar a ideia de que todo mundo pode oferecer uma água que seja ao próximo.
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