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Comportamento

Há quem queira esquecer o passado, mas Valdelir mergulha nele todo dia

Técnica integra a equipe do Arquivo Histórico de Campo Grande e aprende sobre história diariamente

Por Aletheya Alves | 01/05/2024 06:10
Feira Central antes de ganhar espaço fixo. (Foto: Alex Machado)
Feira Central antes de ganhar espaço fixo. (Foto: Alex Machado)

Quando se formou em Serviço Social, Valdelir Alves não imaginava que iria trabalhar com a história de Campo Grande. Ao contrário de muita gente que só quer esquecer o passado, a técnica do Arca (Arquivo Histórico de Campo Grande) mergulha nele todos os dias.

“Minha formação inicial é bem diferente do meu trabalho, mas eu fui aprendendo aos poucos. Olhava meus chefes, os historiadores e os pesquisadores, até que hoje sei uma boa quantidade de coisas”, resume a técnica, sendo modesta. Isso porque, durante entrevista ao Lado B, era ela quem sabia o local de cada pasta que guarda desde plantas de construções históricas até fotografias variadas.

Dividida entre os trabalhos internos e atendimento ao público, Valdelir conta que no endereço da Rua Brasil fica um pedacinho do que se sabe de Campo Grande. E que, apesar de muita gente só lembrar do espaço em agosto (mês do aniversário da Capital), por ali tem histórias para o ano todo.

“Eu não imaginava que ia gostar tanto, mas fui aprendendo. A gente aprende conversando, pesquisando, procurando as solicitações e assim vai. E as pessoas podem fazer isso também, é importante a gente aprender cada vez mais sobre a história”, relata Valdelir.

Valdelir conta que se apaixonou por trabalho em arquivo. (Foto: Alex Machado)
Valdelir conta que se apaixonou por trabalho em arquivo. (Foto: Alex Machado)

Desde a pandemia, o Arca está atendendo o público sob demanda, ou seja, os interessados entram em contato e fazem suas solicitações. Valdelir explica que quanto mais específico for o pedido, melhores são os resultados.

Na prática, a equipe recebe a solicitação e realiza as buscas no acervo composto por textos e imagens. Em relação à história do arquivo, ele foi criado em 1991 na época da Fundação Municipal de Cultura.

“O arquivo é depositário da memória coletiva e, nessa condição, tem sob sua guarda importantes documentos como o Código de Posturas, de 1905, a Planta do Rocio de Campo Grande, de 1909, entre outras raridades. Fazem parte do seu acervo documentos da Intendência (atual Prefeitura Municipal) desde 1906, plantas arquitetônicas desde 1919, além de coleções de jornais da década de 1940 à de 1980”, descreve a apresentação do Arca.

Exceto os documentos vindos do poder público, grande parte do arquivo é composto por doações.

Valdelir comenta que até mesmo “resgates” de documentos já foram feitos. “Nós estamos trabalhando com um arquivo que estava em uma casa que havia sido vendida. O corretor conhecia um de nossos colaboradores e comentou que talvez se interessasse”.

Pouco tempo depois, parte da equipe foi até o local e realmente identificou que as fotografias, alguns móveis e documentos eram interessantes. “Depois da coleta, o processo fica com nosso historiador. Ele vai olhar os materiais, entender do que se trata e organizar”, diz.

Para conhecer mais, o Arca fica localizado na Rua Brasil, número 464. Seu horário de funcionamento é de segunda até sexta-feira, das 7h30min às 17h30min.

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