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Comportamento

Hellen rodou a Europa, viveu em parque e segue fã de Campo Grande

Sem moradia fixa, a aventureira viaja há mais de 20 anos e está pela 5ª vez na capital sul-mato-grossense

Jéssica Fernandes | 13/07/2022 08:11
Helen mostra as primeiras toucas de crochê que criou. (Foto: Kísie Ainoã)
Helen mostra as primeiras toucas de crochê que criou. (Foto: Kísie Ainoã)

Helen Lemes, de 45 anos, é uma mineira viajante sem moradia fixa. Apesar de ter visitado diversos países da Europa e da América Latina, ela segue apaixonada por Campo Grande. Antes da família partir para Portugal, a artista viveu dos 15 aos 22 anos na Capital, onde está de passagem pela quinta vez.

Desde fevereiro na cidade, a mulher passa os dias e as tardes na calçada em frente a Praça Ary Coelho. No local, Helen vende anéis de coco, pedras, colares, pulseiras, gorros de crochê, além de outros artesanatos que produz.

O espírito aventureiro, conforme ela, sempre esteve presente. “Desde criança quando todo mundo queria ser médico ou professor eu queria ser hippie”, brinca. Após os 22 anos, Helen pôs em prática o sonho da infância e começou a atravessar as fronteiras entre um país e outro. Desde então, ela nunca mais parou.

Viajante aponta para o lugar onde a mãe teve café. (Foto: Kísie Ainoã)
Viajante aponta para o lugar onde a mãe teve café. (Foto: Kísie Ainoã)

Isso só aconteceu depois que a família mudou de forma permanente para Portugal. Contudo, antes dessa mudança, eles viveram décadas no País onde a mãe portuguesa tirou cidadania brasileira. “Minha mãe veio para o Brasil muito novinha e ela foi naturalizada em Uberaba (MG). Ela conheceu meu pai, eles ficaram em Minas Gerais e tiveram nós todos”, recorda.

Helen não sabe ao certo o motivo, mas a família saiu de Minas Gerais e veio morar em Campo Grande. “Meu pai tinha parente no Mato Grosso do Sul. Só sei que eles baixaram aqui quando eu tinha 15 anos”, explica. Neste momento da entrevista, a viajante revela uma curiosidade. “Minha mãe teve um café aqui, é bem ali onde fica a ótica”, diz apontando em direção ao outro lado da rua.

No Brasil, a artista só não conhece Rondônia, Acre e Rio de Janeiro. “De resto conheci todos os estados”, declara orgulhosa. Ela recorda uma das experiências mais legais vivenciadas no País. “Eu morei na selva da Amazônia, fiquei três meses dentro de um parque ecológico”, comenta. Por mais que tenha um estilo de vida livre e nômade, ela não se considera hippie. “Não, porque tem que seguir uma cartilha. Eu não julgo, mas eu não sou”, expõe.

Na Praça Ary Coelho, ela vende os artesanatos que produz. (Foto: Kísie Ainoã)
Na Praça Ary Coelho, ela vende os artesanatos que produz. (Foto: Kísie Ainoã)

Viajando sozinha e contanto com o apoio dos amigos que faz em cada lugar, Hellen consegue arrecadar recursos graças ao trabalho artístico que desenvolve. As peças de crochê são suas favoritas, pois o crochê foi a primeira coisa que ela aprendeu a fazer.

Na mala, a viajante carrega os primeiros gorros que produziu sozinha e sem ajuda há 20 anos. Com o tempo, ela aprimorou o trabalho que é motivo de orgulho. Hoje, ela também cria biquínis e croppeds.

Sem planos de interromper as aventuras, ela declara que seguirá na estrada. "Enquanto eu tiver saúde, eu quero só viajar", conclui. Quem quiser conhecer o trabalho dela, a artista fica diariamente na calçada da praça Ary Coelho próximo ao ponto de mototáxi da Avenida Afonso Pena.

Pedras, colares e porta isqueiro são alguns dos itens comercializados. (Foto: Kísie Ainoã)
Pedras, colares e porta isqueiro são alguns dos itens comercializados. (Foto: Kísie Ainoã)

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