História de amor maluca e totalmente improvável terá casamento após 7 anos
Foi em uma cidade interiorana de Minas Gerais, em uma estação de trem, que a vida de Andyara Peres,26 anos, mudou complemente. Em busca de um príncipe encantado, por quem se apaixonou a primeira vista em um site de encontros, a jovem foi capaz de entrar em comunidades do antigo Orkut e vasculhar membro a membro até... não encontrá-lo.
Pode parecer estranho o desfecho, mas esse é o início de um conto de fadas com ares de Cinderela moderna, ou novela brasileira, que terá mais uma capítulo da sua história escrito no dia 5 de setembro, com um tradicional casamento.
"Eu tinha acabado de sair da casa dos meus pais e para distrair a minha cabeça eu ia até a estação de trem da cidade de Mariana para usar por 30 minutos o computador de um projeto social", relembra Andyara.
Na época, o auge era as primeiras redes sociais e sites de paquera que chegavam ao Brasil. Um dia, a jovem recebeu e enviou mensagens para um advogado de Campo Grande, mas o diálogo era limitado porque ambos não eram assinantes. Decidida a encontrar o moço, ela vasculhou comunidades de advogados em Campo Grande, mas não teve nenhum sucesso na busca.
Sem nada a perder, Andyara deixou o orgulho de lado e resolveu tomar uma atitude drástica: pedir ajuda a um desconhecido. "Olhei alguns perfis e escolhido um. Mandei uma mensagem explicando tudo e fui embora, porque os 30 minutos já tinham acabado", explica.
No dia seguinte, quando voltou a estação havia uma mensagem de Rodrigo afirmando que a ajudaria a encontrar a Metade Perfeita. Foi nesse momento que Indyara falou pela primeira vez com o grande amor da sua vida.
Rodrigo Lerias era um estudante de Direito, natural de Campo Grande, que na época já trabalhava em um banco da Capital. Nos dias seguintes, uma amizade começou a surgir entre os dois e com o tempo o galã do site de paquera foi esquecido. Do Orkut para o MSN, do MSN para um pedido de casamento. Assim, de repente mesmo.
"Achei que ele estava brincando. Sempre o vi como amigo. Na verdade, eu só acreditei na quinta vez que ele me pediu em casamento e ligou para o avô explicando tudo. Na época eu morava com ele, tinha 17 anos, era muito jovem", diz.
Ao contrário de todos os empecilhos que poderiam ser criados pela diferença de idade, Rodrigo tinha na época 31 anos, da distância, ela em Minas Gerais, ele em Campo Grande, das circunstâncias, ambos não se conheciam pessoalmente, a trajetória dos dois pareciam destinadas a serem escritas juntas.
No dia 24 de novembro de 2008, após um ano trocando mensagens, Andyara desembarcou, com a benção do avô, na antiga rodoviária de Campo Grande. Com uma mala na mão e uma caixa de bombom, ela viu pela primeira vez o marido.
"Cheguei e ele não estava na rodoviária. Desesperada liguei para ele do orelhão duas vezes. Ele não atendeu, depois de um tempo ele retornou e disse que estava chegando. Eu, tão nervosa, coloquei um boné com meu nome escrito para ele me reconhecer e peguei um livro e fingi que estava lendo, não sabia o que fazer", ri.
Alguns minutos depois, Andyara foi surpreendida por um "Até que enfim encontrei você". "Ele gostou de mim e eu gostei dele. Moramos juntos a partir daquele dia e dois meses depois eu engravidei".
Diante da urgência, o casamento acabou sendo na justiça itinerante, em meio a enjoos da gravidez e uma correria com a burocracia. "Nem considero o civil, foi em um ônibus, grávida, vomitando até, apressando o juiz de paz, cada um olhando para o lado", relembra.
Agora, ela prepara uma cerimônia que faça jus ao amor louco que os uniu. "Me considero uma Cinderela moderna. Esse casamento era um sonho, porque quando ele me pediu em casamento eu não acreditava muito, eu de noiva, véu, com lua de mel. Todo mundo me achava completamente maluca, indo para um lugar e para uma pessoa que eu não conhecia. Mas, deu tudo certo", diz.
Para a mineira, o coração do campo-grandense a conquistou completamente desde o início. "Ele sempre me tratou como uma rainha, sabe, ele estava me dando muito valor, coisa que eu procurava em alguém. Claro que eu não aconselho ninguém a fazer o que eu fiz, poderia ser perigoso, mas sempre percebi que ele era atencioso, especial", derrete-se.
