Humberto se foi, mas praça manterá sorriso do filho querido de Ceguinho
Praça do Ceguinho retoma hoje as atividades, com homenagem ao historiador que morreu em julho, vítima da covid
Quando o primeiro evento na tradicional Praça do Ceguinho foi realizado em 2019, o historiador Humberto de Alencar era um dos mais sorridentes e empenhados no novo desafio. Hoje, a partir das 16 horas, após meses sem a realização de eventos no local, a praça retoma as atividades com arte em meio à saudade. Isso porque o historiador, um dos filhos do famoso Ceguinho, partiu em julho, vítima da covid-19.
A família não tem dúvidas que será uma retomada cheia de emoções, principalmente, pelo tio e filho mais sorridente de Ceguinho fazer parte das quase 600 mil vidas levadas por uma catástrofe que o mundo ainda não conseguiu conter.
“O que ficou do meu tio foram memórias lindas, ele era uma pessoal totalmente íntegra, que pensava na educação, nas políticas públicas, e nunca abandonou Campo Grande. Ele pensava sempre na possibilidade de ajudar as pessoas e somar”, lembra a jornalista e empresária Carol Alencar, sobrinha de Humberto.
O historiador sempre foi o filho mais intelectual dos 10 filhos, lembra a sobrinha, além disso, era preocupado com o legado de Ceguinho e lutou muito para que a praça próxima a um dos empreendimentos construídos pelo pai, ganhasse um nome em homenagem a ele. “Era Praça da Independência e virou Praça Vernold de Alencar, batizado pelos familiares de Praça do Ceguinho, para acolher empreendedores”, destaca Carol.
Apesar de lutar bravamente por 60 dias contra a doença, Humberto não resistiu, mas seu sorriso ficou “vivo no coração da família”, que não mede esforços para que seja feita uma bela homenagem neste sábado.
“Humberto não teve tempo de se vacinar e, infelizmente, não resistiu às complicações da covid, por isso, vamos dedicar a edição a ele, que tanto fez para que essa praça levasse o nome do nosso pai”, disse Mercedes Alencar, irmã e administradora da Praça do Ceguinho.
A Praça do Ceguinho está localizada entre a Orla Morena (na Avenida Noroeste) e Avenida Ernesto Geisel, no entorno das ruas Arlindo de Andrade e Vasconcelos Fernandes, no coração do Bairro Cabreúva.
Além da homenagem, haverá expositores para garantir o evento cultural que acolhe empreendedores de vários segmentos. “É um processo de ajudar e amparar quem empreende. Estamos abertos a todos os nichos e a intenção é fomentar a produção cultural local”, argumenta Mercedes.
Para essa edição já estão confirmados mais de 15 expositores dos mais variados estilos. De gastronomia a artesanato. Vale de tudo na Praça do Ceguinho!
História do pai – “Ceguinho”, o Vergnaud Arnaldo de Alencar foi um grande empreendedor do seu tempo, entre os anos 1940 e 1980. Sua chegada em Campo Grande ocorreu no final do ano de 1947, tendo em vista o franco desenvolvimento desta importante cidade no cenário mato-grossense (na época), com suas habilidades para o comércio, construção civil e ramo imobiliário.
Seu Alencar, o “Ceguinho”, como passa a ser identificado por alguns, não levava em conta a vida pregressa e de trabalho de seus fregueses e inquilinos, financiando a construção ou alugando casas e apartamentos tipicamente populares a preços módicos e sem fiador, exigindo apenas o adiantamento dos aluguéis.
No espaço, onde se localiza a Praça Vergnaud Arnaldo de Alencar, ele não somente residiu, como construiu diversos edifícios que perduram até o presente momento nas mãos de seus descendentes.
O evento começa às 16 horas, na Rua Arlindo de Andrade, 361 – Bairro Cabreúva.
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