Invisibilidade de mulheres bi e lésbicas vira tema de lives na semana
1º Semana da Visibilidade começa hoje e vai até domingo com transmissões pelas redes sociais
"Omitir a nossa existência é a forma mais perversa que nos atribuem ao mundo". De hoje até 30 de agosto, a 1ª Semana da Visibilidade Lésbica e Bissexual de Mato Grosso do Sul priorizará as mulheres que fazem parte da comunidade LGBT por meio de debates e informações voltadas à elas. O encontro será virtual e se dará pelas redes sociais das instituições participantes.
"O mundo trata a homossexualidade feminina de forma fragmentada, paira sobre ela um profundo silêncio. Como então implantar políticas públicas para quem teve sua história ignorada?", questiona Maria Tereza “Tetê” da Costa, assessora técnica da Sub-LGBT/MS (Subsecretaria de Políticas Públicas para a Promoção LGBT) do Governo do Estado. Ela e mais dezessete mulheres tentarão construir respostas para essa pergunta nos temas de invisibilidade, relações de gênero, vivências e militância. "Já estamos fazendo um ato de resistência, que é o falar sobre. Quanto mais estimularmos, mais conteúdo for cultivado, ouvido e coletado, mais perto estaremos de uma possível mudança", explica Tetê.
Dialogar sobre diversidade é importante para se alcançar uma sociedade mais inclusiva, principalmente quando há aumento nos números de violência doméstica em decorrência do isolamento social causado pelo coronavírus. Porém, os dados desses casos não contemplam mulheres em relação homoafetiva. "Não há nada nas estatísticas. A ameaça contra nós é silenciosa, com teor psicológico, mas às vezes não tão silenciosa assim. Começa como uma 'piadinha', vai parar nas redes sociais, até atingir o controle das mentes e corpos que é a violência física, psicológica e sexual", ressalta a advogada e participante da live Ana Carolina Moreira, que também é diretora da Divação, uma organização sem fins-lucrativos de atendimento jurídico e social em Dourados para pessoas LGBT.
Cartilha – Em parceria com a Defensoria Pública de MS, um marco importante da 1ª Semana será o lançamento de uma cartilha sobre saúde, educação e direitos das mulheres lésbicas e bissexuais, já na próxima quinta-feira. "Uma ferramenta como esta pode levar essas mulheres a ter uma reflexão, a dar à elas uma luz, servir como uma primeira forma de amparo", afirma Tetê Costa.
O instrumento, juntamente com toda a programação do evento, visa promover melhores políticas públicas LGBT no Estado. "Queremos nos conectar com essas identidades femininas, priorizar suas políticas. Ao visibilizar a trajetória de talento das participantes das lives, e durante as conversas e apresentações culturais, desejamos inspirar as mulheres que estejam nos assistindo, mostrando que existem sim pessoas lutando por elas", afirma Leonardo Bastos, subsecretário da Sub-LGBT.
Confira a programação completa abaixo:
Para participar da live de abertura às 20h, basta acessar o perfil no Instagram da Casa Satine.
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