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Comportamento

Jacques pede ajuda para sepultar com dignidade a mãe no Haiti

O imigrante mora em Campo Grande há quatro anos e trabalha como auxiliar de produção em uma empresa

Por Cassia Modena | 23/05/2024 08:28
Jacques mora em quitinete no Bairro Tijuca, em Campo Grande, e vive com pouco (Foto: Marcos Maluf)
Jacques mora em quitinete no Bairro Tijuca, em Campo Grande, e vive com pouco (Foto: Marcos Maluf)

Não poder homenagear e se despedir pela última vez de pessoas queridas que ficaram em seu país de origem, é um dos dramas que milhões de imigrantes enfrentam pelo mundo. Jacques Louis, haitiano de 47 anos que mora em Campo Grande há quatro anos, está tendo que lidar com isso.

Ele mostra no celular a única foto que tem da mãe segurando a neta ainda bebê. Depois, mostra a certidão de nascimento da mulher. Jacques tentou reunir esse a outros documentos para trazê-la ao Brasil, mas não houve tempo. Ela faleceu.

O haitiano tem irmãos ainda vivendo na terra natal, que estão correndo contra o tempo para conseguir o valor necessário para sepultá-la com dignidade. É que esses serviços não são gratuitos no Haiti.

Foto da mãe segurando a filha bebê é única que o haitiano tem (Foto: Marcos Maluf)
Foto da mãe segurando a filha bebê é única que o haitiano tem (Foto: Marcos Maluf)

Ficou combinado que Jacques tem que ajudar com R$ 5 mil. Essa quantia já foi calculada tendo em conta a conversão do real para o gourde (moeda haitiana) e impostos cobrados para a transferência do dinheiro. O prazo para o pagamento à funerária é 1º de junho. O corpo está à espera.

Auxiliar de produção em uma empresa da Capital, ele ganha salário que dá para muito pouco. Mesmo assim, sempre ajuda a família no Haiti com o que pode.

Ainda com dificuldade de se comunicar no português brasileiro, ele fala pouco, mas contou sobre o desespero aos colegas de trabalho, que resolveram ajudá-lo abrindo uma caixinha de doações on-line para levantar os R$ 5 mil.

Jacques mostra a certidão de nascimento da mãe; ele tinha esperança de trazê-la ao Brasil quando estava viva (Foto: Marcos Maluf)
Jacques mostra a certidão de nascimento da mãe; ele tinha esperança de trazê-la ao Brasil quando estava viva (Foto: Marcos Maluf)

Como ajudar - "A gente fala toda hora para ele quanto já arrecadamos. Mas estamos preocupados porque estagnaram as doações", apela uma colega.

Até agora, foram conseguidos R$ 1.460,59. Fizeram doações 27 pessoas.

Como a plataforma só libera o montante arrecadado após cinco dias corridos do pedido, e ainda será necessário enviar o dinheiro para o Haiti pagando impostos de transferência, o ideal é que a meta de R$ 5 mil seja atingida pelo menos em uma semana, até a próxima segunda-feira (27).

Quem puder ajudar, pode fazer doação neste site ou pela chave PIX 4824651@vakinha.com.br

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