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Comportamento

Jane reúne o que é descartado no lixo para sonhar com lanchonete

Sem pressa, ela começou a transformar o espaço de casa em uma prévia de como será seu negócio

Aletheya Alves | 23/02/2022 08:27
Campo Grande News - Conteúdo de Verdade

Com portão aberto e algumas flores expostas na calçada, a casa de Jane Escobar Ifran, de 50 anos, parecia mais parecia um comércio para venda de plantas e decoração de jardim na Rua Araraquara, localizada no Jardim Campo Nobre. Feliz com a impressão passada, ela contou que, na verdade, tudo no espaço é uma prévia de como será sua sonhada lanchonete.

Antes de se mudar para o atual bairro, Jane morou pelos últimos anos em uma área de ocupação no Jardim Paulo Coelho Machado. Foi lá, dentro de seu barraco, que começou a imaginar sobre trabalhar com seu negócio próprio.

Sem dinheiro para comprar tudo novo e acostumada a encontrar boas coisas abandonadas, a moradora passou a reunir os objetos com calma. Mais do que gerar a coleta sozinha, ela também começou a receber presentes de colegas catadores.

Objetos coletados na reciclagem foram transformados em decoração. (Foto: Marcos Maluf)
Objetos coletados na reciclagem foram transformados em decoração. (Foto: Marcos Maluf)

Até agora, são sete anos pegando uma coisa aqui e ganhando outra coisa ali, tudo para ser transformado em decoração da futura lanchonete. Um violão quebrado encontrado no lixo, fogão a lenha que estragou e não tinha mais serventia para os antigos donos e até uma cestinha de bicicleta perdida em uma rua qualquer.

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Eu gosto de coisa meio rústica e também não quero esquecer nunca de onde eu vim. Hoje, eu tenho meu espaço, mas não quero deixar as coisas simples que eu gostava lá onde morava antes", explica.

Orgulhosa de cada peça, Jane vai contando de onde cada coisa, pequena ou grande, surgiu. “Uma mala abandonada lá no Centro, um chapéu que ia ser jogado fora pelo meu irmão e tem um quadro também que um amigo meu encontrou no lixo e lembrou de mim. As pessoas vão achando essas coisas que parecem com fazenda e já trazem, eu gosto muito.”

Chapéu seria jogado no lixo e quadro foi encontrado por um catador de reciclagem. (Foto: Marcos Maluf)
Chapéu seria jogado no lixo e quadro foi encontrado por um catador de reciclagem. (Foto: Marcos Maluf)

Longe de ter pressa para construir o restaurante, a mulher relata que ainda precisa organizar seu cotidiano com a mãe, que tem 84 anos, e seus dois filhos pequenos, além da renda. Por isso, diz que, por enquanto, só a decoração já garante a felicidade e a manutenção do sonho.

Além das peças, um carrinho para venda de lanches rápidos também já foi adquirido e segue aguardando o momento certo de tudo continuar.

Jane ao lado do filho com o carrinho para preparar lanches. (Foto: Kísie Ainoã)
Jane ao lado do filho com o carrinho para preparar lanches. (Foto: Kísie Ainoã)

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