ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no X Campo Grande News no Instagram
NOVEMBRO, SÁBADO  16    CAMPO GRANDE 25º

Comportamento

Leucemia tirou concurso de Bruna, mas luta por vida garantiu distintivo

Diagnóstico do câncer veio “sem querer”, logo após a servidora pública doar sangue e se sentir mal

Aletheya Alves | 11/02/2023 07:14
Bruna perdeu concurso, mas conseguiu conquistar o distintivo. (Foto: Arquivo Pessoal)
Bruna perdeu concurso, mas conseguiu conquistar o distintivo. (Foto: Arquivo Pessoal)

Há 5 anos, quando Bruna Natiely da Silva Soares decidiu doar sangue, ela não imaginava que receberia o diagnóstico de leucemia e perderia o tão sonhado concurso da Polícia Civil. Desde então, a servidora pública se empenhou em lutar pela vida todos os dias e conta que a persistência finalmente garantiu seu distintivo.

Em uma sequência de acontecimentos, Bruna explica que descobriu o câncer justamente em fevereiro, mês de conscientização do combate à leucemia. Hoje, tendo superado a doença, ela insiste em contar sua história por vários motivos, inclusive para destacar a necessidade de informar sobre o câncer.

Voltando a 2018, ela narra que havia passado no concurso da Polícia Civil para escrivã investigadora um ano antes. “Eu tinha feito os exames médicos, tinha passado e não havia apresentado nenhum problema de saúde. Fiz o TAF e depois fui doar sangue, ali me senti mal, tive fraqueza e fui para o hospital”.

Após realizar novos exames, os médicos notaram que as plaquetas estavam muito baixas e, a princípio, a hipótese era de púrpura. “Eu já estava internada e no dia 9, uma sexta-feira, deram o diagnóstico de que era uma leucemia promielocítica, ou seja, meu corpo só estava produzindo células imaturas”, diz.

Diagnóstico veio logo após uma doação de sangue. (Foto: Arquivo Pessoal)
Diagnóstico veio logo após uma doação de sangue. (Foto: Arquivo Pessoal)
Tratamento durou mais de dois anos e hoje ela conta história como exemplo. (Foto: Arquivo Pessoal)
Tratamento durou mais de dois anos e hoje ela conta história como exemplo. (Foto: Arquivo Pessoal)

Neste caso, Bruna conta que poderia ser tratada com um medicamento e sessões de quimioterapia, sem a necessidade de transplante de medula. “Fiquei 50 e poucos dias internada, fazendo quimioterapia e depois, quando saí, fiz mais três sessões de quimio e tomei uma medicação via oral por 24 meses”.

Com as diversas preocupações que surgiram, o sonho do concurso precisou ser pausado. Na época, ela estava internada e perdeu a fase do psicotécnico, por isso foi reprovada.

Sem desistir de viver tudo o que havia imaginado, ela fez um novo concurso para a polícia em 2021 e, desta vez, deu tudo certo. “Fiz o curso de formação ano passado, passei em todas as fases, todas as etapas e agora estou aguardando a nomeação”, conta.

Nesse meio tempo, sem ficar parada, Bruna ainda atuou como professora de biologia e assumiu um concurso na Agraer (Agência de Desenvolvimento Agrário e Extensão Rural).

Em vigilância

Sem ter esquecido os sentimentos que apareceram em conjunto ao diagnóstico, ela detalha que, em resumo, é terrível. “É um sentimento de que você vai morrer e você precisa lutar e falar ‘não, eu não quero morrer, eu quero viver e vou ter muita força para viver’. Isso porque não é só medicação, é você e sua cabeça, como você está lidando com tudo. Tudo influencia no tratamento”, explica Bruna.

Realização do sonho pausado finalmente chegou. (Foto: Arquivo Pessoal)
Realização do sonho pausado finalmente chegou. (Foto: Arquivo Pessoal)

Além disso, a servidora detalha que a leucemia é uma doença silenciosa, até por isso a necessidade de se manter atento. “Eu não sentia fraqueza, tinha algumas manchas roxas na minha perna, mas assim, pequenas, e achei que podia ser estresse ou porque eu estava batendo na trave no treinamento que era salto”.

Nesse sentido, ela diz que até por isso é necessário manter uma boa frequência de exames periódicos. Outro destaque feito por quem precisou da solidariedade para conseguir viver vem sobre a doação de sangue.

“Na minha época internada eu fazia transfusão de sangue de hemácias e plaquetas porque o meu sangue não coagulava. Então eu recebia, às vezes, 6 bolsas de plaquetas por dia, um dia sim outro dia não. A gente fez até uma campanha na época para conseguir arrecadar mais”, relembra.

Sabendo que ainda hoje há crises com baixos níveis de doação, Bruna comenta que a doação realmente é essencial. “É importante porque na hora às vezes não tinha, faltava e você que está lá num leito de hospital, com uma doença dessas, você não tem como ficar esperando. A doença não espera e essa doação salva vidas, realmente salva vidas e salvou a minha”.

E para doar sangue é muito simples. Conforme o Hemosul, é necessário ter entre 16 e 69 anos e estar munido de um documento oficial com foto. O peso mínimo do doador deve ser de 51 kg e, no caso de menores de 18 anos, a pessoa deve estar acompanhada do responsável.

Mais informações sobre a doação de sangue e também de medula pode ser consultada clicando neste link.

Acompanhe o Lado B no Instagram @ladobcgoficial, Facebook e Twitter. Tem pauta para sugerir? Mande nas redes sociais ou no Direto das Ruas através do WhatsApp (67) 99669-9563 (chame aqui).

Nos siga no Google Notícias