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Comportamento

Leucemia tirou concurso de Bruna, mas luta por vida garantiu distintivo

Diagnóstico do câncer veio “sem querer”, logo após a servidora pública doar sangue e se sentir mal

Aletheya Alves | 11/02/2023 07:14
Bruna perdeu concurso, mas conseguiu conquistar o distintivo. (Foto: Arquivo Pessoal)
Bruna perdeu concurso, mas conseguiu conquistar o distintivo. (Foto: Arquivo Pessoal)

Há 5 anos, quando Bruna Natiely da Silva Soares decidiu doar sangue, ela não imaginava que receberia o diagnóstico de leucemia e perderia o tão sonhado concurso da Polícia Civil. Desde então, a servidora pública se empenhou em lutar pela vida todos os dias e conta que a persistência finalmente garantiu seu distintivo.

Em uma sequência de acontecimentos, Bruna explica que descobriu o câncer justamente em fevereiro, mês de conscientização do combate à leucemia. Hoje, tendo superado a doença, ela insiste em contar sua história por vários motivos, inclusive para destacar a necessidade de informar sobre o câncer.

Voltando a 2018, ela narra que havia passado no concurso da Polícia Civil para escrivã investigadora um ano antes. “Eu tinha feito os exames médicos, tinha passado e não havia apresentado nenhum problema de saúde. Fiz o TAF e depois fui doar sangue, ali me senti mal, tive fraqueza e fui para o hospital”.

Após realizar novos exames, os médicos notaram que as plaquetas estavam muito baixas e, a princípio, a hipótese era de púrpura. “Eu já estava internada e no dia 9, uma sexta-feira, deram o diagnóstico de que era uma leucemia promielocítica, ou seja, meu corpo só estava produzindo células imaturas”, diz.

Diagnóstico veio logo após uma doação de sangue. (Foto: Arquivo Pessoal)
Diagnóstico veio logo após uma doação de sangue. (Foto: Arquivo Pessoal)
Tratamento durou mais de dois anos e hoje ela conta história como exemplo. (Foto: Arquivo Pessoal)
Tratamento durou mais de dois anos e hoje ela conta história como exemplo. (Foto: Arquivo Pessoal)

Neste caso, Bruna conta que poderia ser tratada com um medicamento e sessões de quimioterapia, sem a necessidade de transplante de medula. “Fiquei 50 e poucos dias internada, fazendo quimioterapia e depois, quando saí, fiz mais três sessões de quimio e tomei uma medicação via oral por 24 meses”.

Com as diversas preocupações que surgiram, o sonho do concurso precisou ser pausado. Na época, ela estava internada e perdeu a fase do psicotécnico, por isso foi reprovada.

Sem desistir de viver tudo o que havia imaginado, ela fez um novo concurso para a polícia em 2021 e, desta vez, deu tudo certo. “Fiz o curso de formação ano passado, passei em todas as fases, todas as etapas e agora estou aguardando a nomeação”, conta.

Nesse meio tempo, sem ficar parada, Bruna ainda atuou como professora de biologia e assumiu um concurso na Agraer (Agência de Desenvolvimento Agrário e Extensão Rural).

Em vigilância

Sem ter esquecido os sentimentos que apareceram em conjunto ao diagnóstico, ela detalha que, em resumo, é terrível. “É um sentimento de que você vai morrer e você precisa lutar e falar ‘não, eu não quero morrer, eu quero viver e vou ter muita força para viver’. Isso porque não é só medicação, é você e sua cabeça, como você está lidando com tudo. Tudo influencia no tratamento”, explica Bruna.

Realização do sonho pausado finalmente chegou. (Foto: Arquivo Pessoal)
Realização do sonho pausado finalmente chegou. (Foto: Arquivo Pessoal)

Além disso, a servidora detalha que a leucemia é uma doença silenciosa, até por isso a necessidade de se manter atento. “Eu não sentia fraqueza, tinha algumas manchas roxas na minha perna, mas assim, pequenas, e achei que podia ser estresse ou porque eu estava batendo na trave no treinamento que era salto”.

Nesse sentido, ela diz que até por isso é necessário manter uma boa frequência de exames periódicos. Outro destaque feito por quem precisou da solidariedade para conseguir viver vem sobre a doação de sangue.

“Na minha época internada eu fazia transfusão de sangue de hemácias e plaquetas porque o meu sangue não coagulava. Então eu recebia, às vezes, 6 bolsas de plaquetas por dia, um dia sim outro dia não. A gente fez até uma campanha na época para conseguir arrecadar mais”, relembra.

Sabendo que ainda hoje há crises com baixos níveis de doação, Bruna comenta que a doação realmente é essencial. “É importante porque na hora às vezes não tinha, faltava e você que está lá num leito de hospital, com uma doença dessas, você não tem como ficar esperando. A doença não espera e essa doação salva vidas, realmente salva vidas e salvou a minha”.

E para doar sangue é muito simples. Conforme o Hemosul, é necessário ter entre 16 e 69 anos e estar munido de um documento oficial com foto. O peso mínimo do doador deve ser de 51 kg e, no caso de menores de 18 anos, a pessoa deve estar acompanhada do responsável.

Mais informações sobre a doação de sangue e também de medula pode ser consultada clicando neste link.

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