Mais que ajuda na limpeza, João levou afeto para quem perdeu tudo
De Corumbá, empreendedor compartiha experiência ajudando na limpeza de casas afetadas pelas enchentes
![João ao lado de dona Jussara, uma das milhares de vítimas da cidade de Cruzeiro do Sul, onde ele atuou como voluntário (Foto: Arquivo Pessoal)](https://cdn6.campograndenews.com.br/uploads/noticias/2024/05/21/29dv2g67uku80.jpg)
Ao chegar no município de Cruzeiro do Sul, no Estado do Rio Grande do Sul, para seu primeiro trabalho voluntário da vida, o empreendedor corumbaense João Paulo dos Santos Paz, 35, se sentiu “pequeno” diante de tantas casas e sonhos perdidos. Mas os sete dias contribuindo na limpeza do que restou dos lares afetados o ensinaram a nunca perder a fé e a esperança na humanidade.
João chegou na cidade gaúcha no dia 10 de maio, após as águas baixarem. Ele relata que, ainda em Dourados, ele o amigo Paulo, fundador da Rede do Bem, uma organização beneficente sem fins lucrativos, começaram a realizar campanhas de arrecadação de água, comida e roupas para as vítimas das enchentes. Foi quando o amigo sugeriu de irem até lá, ajudar pessoalmente as vítimas.
Os dois partiram nessa jornada juntos, e foram acolhidos pela Aliança Evangélica, que arrumou alojamento no município vizinho, Lajeado, para os voluntários. Ao chegarem em Cruzeiro do Sul, logo eles se depararam com o rastro de destruição e lama das enchentes.
“O sentimento foi de pequenez ao tamanho do acontecido, e muita tristeza com tantos lares e vidas perdidas. Nunca me imaginei vivendo isso, mas ajudar as pessoas foi a coisa mais gratificante que fiz na minha vida, sem dúvida alguma”.
João explica que o trabalho consistia em visitar os lares mais afetados, para realizarem a primeira limpeza, retirando o excesso de lama e pedaços de destroços trazidos pela enchente, e também a entrega de alimentos e kits de higiene pessoal.
![Idosa se endividou no banco para terminar casa dos sonhos, e viu tudo ser levado pela enchente (Foto: Arquivo Pessoal)](https://cdn6.campograndenews.com.br/uploads/noticias/2024/05/21/22divdi41mroc.jpg)
Após as águas baixarem
A enchente foi apenas o começo dos problemas e perdas da população do Estado. Nas imagens compartilhadas por João em suas redes sociais, é possível ter uma noção mínima da dimensão dos estragos deixados pela água.
Mas se tem uma coisa que ele afirma ter aprendido com a primeira experiência em um voluntariado tão intenso, foi a não perder a fé na humanidade. Com a ajuda chegando de todos os cantos do país, ele compartilhou também o trabalho dos voluntários nos centros de triagem, onde são recebidas as doações para serem separadas e direcionadas às vítimas.
Muito além dos rastros de destruição visíveis aos olhos, a enchente também deixou marcas profundas em todas as vítimas com quem João cruzou seu caminho. Uma das histórias que mais tocou o voluntário, foi a da dona Jussara, que perdeu sua tão sonhada “casa de bonecas”.
Ele conta que encontrou a senhora com a fé a esperança abalada, pois havia acabado de pegar um empréstimo no banco para fazer a reforma da casa, onde mora com um adolescente de 14 anos. “Ela tinha acabado de gastar todo dinheiro dela, mais o do empréstimo, para deixar a casa dela arrumadinha”.
Sobre as marcas que esses dias deixarão em sua vida, ele afirma que “tem muita gente boa disposta a ajudar. Nunca perca a fé e a esperança, Deus pode fazer coisas que ninguém explica”.
Confira a galeria de imagens:
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