Mais que ajuda na limpeza, João levou afeto para quem perdeu tudo
De Corumbá, empreendedor compartiha experiência ajudando na limpeza de casas afetadas pelas enchentes
Ao chegar no município de Cruzeiro do Sul, no Estado do Rio Grande do Sul, para seu primeiro trabalho voluntário da vida, o empreendedor corumbaense João Paulo dos Santos Paz, 35, se sentiu “pequeno” diante de tantas casas e sonhos perdidos. Mas os sete dias contribuindo na limpeza do que restou dos lares afetados o ensinaram a nunca perder a fé e a esperança na humanidade.
João chegou na cidade gaúcha no dia 10 de maio, após as águas baixarem. Ele relata que, ainda em Dourados, ele o amigo Paulo, fundador da Rede do Bem, uma organização beneficente sem fins lucrativos, começaram a realizar campanhas de arrecadação de água, comida e roupas para as vítimas das enchentes. Foi quando o amigo sugeriu de irem até lá, ajudar pessoalmente as vítimas.
Os dois partiram nessa jornada juntos, e foram acolhidos pela Aliança Evangélica, que arrumou alojamento no município vizinho, Lajeado, para os voluntários. Ao chegarem em Cruzeiro do Sul, logo eles se depararam com o rastro de destruição e lama das enchentes.
“O sentimento foi de pequenez ao tamanho do acontecido, e muita tristeza com tantos lares e vidas perdidas. Nunca me imaginei vivendo isso, mas ajudar as pessoas foi a coisa mais gratificante que fiz na minha vida, sem dúvida alguma”.
João explica que o trabalho consistia em visitar os lares mais afetados, para realizarem a primeira limpeza, retirando o excesso de lama e pedaços de destroços trazidos pela enchente, e também a entrega de alimentos e kits de higiene pessoal.
Após as águas baixarem
A enchente foi apenas o começo dos problemas e perdas da população do Estado. Nas imagens compartilhadas por João em suas redes sociais, é possível ter uma noção mínima da dimensão dos estragos deixados pela água.
Mas se tem uma coisa que ele afirma ter aprendido com a primeira experiência em um voluntariado tão intenso, foi a não perder a fé na humanidade. Com a ajuda chegando de todos os cantos do país, ele compartilhou também o trabalho dos voluntários nos centros de triagem, onde são recebidas as doações para serem separadas e direcionadas às vítimas.
Muito além dos rastros de destruição visíveis aos olhos, a enchente também deixou marcas profundas em todas as vítimas com quem João cruzou seu caminho. Uma das histórias que mais tocou o voluntário, foi a da dona Jussara, que perdeu sua tão sonhada “casa de bonecas”.
Ele conta que encontrou a senhora com a fé a esperança abalada, pois havia acabado de pegar um empréstimo no banco para fazer a reforma da casa, onde mora com um adolescente de 14 anos. “Ela tinha acabado de gastar todo dinheiro dela, mais o do empréstimo, para deixar a casa dela arrumadinha”.
Sobre as marcas que esses dias deixarão em sua vida, ele afirma que “tem muita gente boa disposta a ajudar. Nunca perca a fé e a esperança, Deus pode fazer coisas que ninguém explica”.
Confira a galeria de imagens:
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