Mais que pneu, borracharia tem amor que venceu 1,5 mil km de distância
Ademilson largou tudo na cidade onde nasceu para pegar carona em caminhão e ficar ao lado de Fernanda
Uma borracharia que funciona na varanda de uma residência no Bairro Recanto dos Pássaros, em Campo Grande, guarda a história de amor entre Ademilson Aparecido Candido, 37, que largou tudo na cidade onde nasceu e percorreu mais de mil e quatrocentos quilômetros de carona em um caminhão para finalmente ficar ao lado da amada, Fernanda Brito Riveros Oliveira, 39.
Ademilson morava na cidade de Alta Floresta, em Mato Grosso, e tinha uma prima que trabalhava na cidade de Terenos junto com Fernanda. Ele relata que, ao visitar a família em Alta Floresta, a prima acabou postando uma foto com todo mundo, e o borracheiro logo chamou a atenção de Fernanda, que perguntou à amiga sobre o rapaz.
Sem perder tempo, a prima de Ademilson resolveu bancar o cupido e mostrou uma foto de Fernanda para ele, que também se interessou e decidiu começar a conversar com a moça pelas redes sociais. Durante um ano, o computador era o único meio de conexão entre os dois, que engataram um relacionamento à distância. O casal se via apenas durante as férias, com bastante esforço.
A decisão de largar tudo e se mudar para o Mato Grosso do Sul veio quando Ademilson foi demitido da empresa onde trabalhava. “Falei para os meus: ‘Ó, eu vou embora’. Consegui uma carona de caminhão com um colega meu e vim. A viagem, que era para fazer em quatro dias, demorou uma semana e meia. Foi bastante cansativo, mas valeu a pena com certeza”.
Fernanda foi a primeira namorada de Ademilson, isso porque ele conta que, quando estava na cidadezinha do interior onde morava, só pensava em trabalhar. Hoje, casado com seu primeiro amor, o casal está junto há 11 anos.
Ao lado um do outro, tiveram uma filha de sete anos e conquistaram uma casa própria. Ademilson ainda ressalta que o pai de Fernanda lhe deu bastante apoio para se tornar comerciante e chegou até a fazer um empréstimo no banco para investir na borracharia, que se tornou um dos bens mais preciosos e significativos para ele e sua família.
Sem medo de encarar o serviço pesado, ele conta que chegava bastante sujo do trabalho como borracheiro em uma empresa e trabalhava bastante para conseguir sustentar a família. Ele relata que o sogro, ao vê-lo ralar todos os dias, fez a proposta de lhe ajudar a montar um comércio.
No início, ele não acreditou, mas logo o pai da esposa chegou falando sobre o empréstimo. Apaixonado pelo que faz e pelo empreendimento, é categórico em afirmar que não se desfaz da borracharia por nada e é grato pela família que encontrou e construiu em Campo Grande.
“Eu só tenho a graça de ela ser minha esposa, por ser essa mulher companheira pra caramba. E eu só tenho a agradecer o meu sogro também, e minha sogra, que proporcionou esse trabalho pra mim hoje. São pessoas que eu não posso esquecer nunca da minha vida. [A borracharia] eu não vendo por nada. Se o cara chegar aqui em casa oferecendo 50 mil nessa borracharia, eu não vendo. Isso aqui é meu e ninguém tira”, finaliza.
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