Marcos volta à infância ao colecionar bonecos de Power Rangers e Goku
No maior clima de nostalgia, rapaz virou o colecionador de brinquedos que até ganhou autógrafo do Ranger Azul
Com quase 30 anos no lombo, o auxiliar de caixa Marcos Caceres não tem a menor vergonha de assumir sua velha infância. Aliás, não só assumir mas também vivê-la. No maior clima de nostalgia, ele virou o colecionador apaixonado pelos bonecos e brinquedos todo menino sonhava um dia ter, porém só quando se tornou um adulto assalariado foi possível realizar.
"E quais bonequinhos são esses?", você deve estar se perguntando. Dos Power Rangers que trocam de cabeça aos personagens da série de animê Dragon Ball Z, Marcos se orgulha pela coleção de 44 peças – por enquanto enxuta, mas crescendo.
"Minha infância foi marcada por Power Rangers, principalmente o primeiro filme de 1995, 'Mighty Morphin Power Rangers'. Dragon Ball Z, Cavaleiros do Zodíaco e muitos outros também. Meus tios tinham muitos gibis guardados e eu sempre dava um jeito de lê-los escondido… as histórias eram sensacionais! Até tive a oportunidade de ter alguns brinquedos como os Power Rangers alta morfagem – o famoso vira cabeça – mas hoje vejo como não dei muita importância", lamenta e acrescenta: "mas valeu a infância".
O interesse em colecionar surgiu como o que ele chama de "estalar de nostalgia". Ao comprar um álbum de figurinhas, desses de banca de jornal, aquilo mexeu com seu coração e plantou uma ideia na cabeça.
"Encontrei um grupo de colecionadores campo-grandenses no Facebook, entrei e fiz amizades. Na época, eu trabalhava no Shopping Bosque dos Ipês, e por lá aconteceu o 9º ou 10º encontro de colecionadores, se não me engano. Pensei comigo: "quero ter uma coleção também!", pois fiquei super apaixonado e completamente inspirado pelo que eu vi", conta.
Atualmente, após 4 anos dessa história, Marcos é um colecionador "sério". Até o momento, possui dois focos: os Power Rangers Mighty Morphin e o personagem Goku de Dragon Ball Z.
"Da minha coleção de 'cabeçudinhos' (bonequinhos da marca Funko) são 33, sendo 15 só do Goku. Aí vem os meus tesouros que são os Power Rangers de 1993, os famosos vira cabeça. Tenho também cinco Rangers principais 'abertos' (do tipo loose) e outros quatro com a embalagem lacrada. Ainda, quatro figure actions do Goku, o que totaliza 44 itens", detalha.
"Qual é o mais especial à você?", pergunto. "Difícil escolher a dedo...", desconversa Marcos. "Bem… eu tenho o pop do Billy, o Power Ranger azul, que foi autografado pelo próprio ator David Yost no ano de 2019. Acho que isso o torna bastante especial, afinal carrega um sonho de infância junto", diz.
Sobre esse encontro, o rapaz relembra. "Em 2019, coloquei na cabeça que eu iria à São Paulo para CCXP (Comic Con Experience). Na semana da viagem, anunciaram que David Yost seria uma das atrações. Veio aquela explosão de nostalgia porque eu tinha os bonecos dele para autografar e levei junto comigo à SP. Deixei agendado para o primeiro dia e horário. Acabei não sendo de fato o primeiríssimo da fila, mas foi o de número 2! O cara é muito gente boa, muito educado e sem frescura pra tirar foto e conversar", recorda.
Voltando à coleção. Quase todos demoram para chegar nas mãos de Marcos pois foram encomendados de fora do Brasil. "Mas nada superou a espera de completar os cinco principais Rangers da edição de 25 anos", revela. "Os mais difíceis foram importados dos Estados Unidos, tenho um amigo que compra pra revender e eu sempre pego coisas raras com ele. Porém, de alguns anos para cá, Campo Grande já possui lojas que vendem uma ou outra coisa que acabo por me interessar".
'Menino, pare de gastar seu salário com isso!', minha mãe vive me dizendo. E mesmo assim continuo gastando… (risos) é uma satisfação pessoal. Sem dúvida, é minha válvula de escape, e se eu pudesse tinha muito mais".
Na sua coleção nada está à venda. Tudo é super cuidado, limpo e organizado muitas vezes na própria embalagem original. "É tudo herança", brinca. E continua: "mesmo sendo muito apegado às minhas coisas, minha ideia é sim guardar para a geração futura, quem sabe, penso um dia em compartilhar com meu filho o que para mim será eterna nostalgia", finaliza.
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