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Comportamento

‘Maria do Milho’ é vendedora querida que nem na chuva abandona o ponto

Sergipana animada, ela vende milho há dois anos no Bairro Coronel Antonino

Jéssica Fernandes | 22/06/2023 07:49
‘Maria do Milho’ é vendedora querida que nem na chuva abandona o ponto
Maria Soledade Alves de Santana, conhecida como 'Maria do Milho' no Coronel Antonino. (Foto: Marcos Maluf)

De domingo a domingo, faça sol ou chuva, Maria Soledade Alves de Santana, de 65 anos, sai de casa para vender milho no Bairro Coronel Antonino. Sergipana, ela é animada e garante que trabalhar nunca foi problema. Hoje, é vendedora querida da região.

O expediente de vendas começa às 6h e termina às 18h30, mas independe do horário a  ‘Maria do Milho’ recebe todos com um sorriso no rosto. Há dois anos, ela vende milho na Avenida Cônsul Assaf Trad com a Rua Coxim, próximo ao Atacadão.

Nesta semana, inspirada pelas festas juninas, Maria vestiu um traje caipira para trabalhar e fez maquiagens de pintinhas no rosto. Numa barraca improvisada, a vendedora organizava os milhos nas embalagens que tem 15 unidades e são vendidos por R$ 12.

‘Maria do Milho’ é vendedora querida que nem na chuva abandona o ponto
Vendedora comenta que sempre trabalha independente do tempo. (Foto: Marcos Maluf)

Independente de como esteja o tempo, ela comenta que sempre está ali para receber os clientes. “Aqui atendo o meu povo, os meus clientes, eu atendo bem e sou bem querida. Fico aqui 4 meses atendendo meu povo debaixo de sol, chuva, calor. Eu tô aqui firme”, diz.

Em seguida, ela mostra o enorme saco onde estão os milhos ainda na espiga. “Olha aqui a riqueza. Meu fornecedor vem traz aqui e quando acaba esse eu peço outro”, declara. Além do pacote de 15 unidades, ela também faz o preço de 60 espigas por R$ 70.

O carregamento chega, acaba e dificilmente Maria volta para a casa sem ter lucrado com os milhos. Ela explica que o período é propício para as vendas. “Na época do milho eu aproveito para trabalhar porque tem São João, Santo Antônio, porque aqui vendo só milho”, fala.

‘Maria do Milho’ é vendedora querida que nem na chuva abandona o ponto
Maria mostra carregamento dos milhos que recebe para vender na rua. (Foto: Marcos Maluf)

Com tantas opções de milhos distribuídos em sacos, o cliente fica livre para escolher qual quer levar. Caso fique na dúvida, Maria indica quais são bons para cozinhar, fazer pamonha e por aí vai. “Se tem uma coisa que entendo é milho, porque fui criada na roça”, destaca.

Nascida em Aracaju, Maria relata que trabalhou na infância e na adolescência. Há 50 anos, ela veio de Sergipe para o Mato Grosso do Sul, mas o tempo na Capital não apagou o sotaque carregado e nem diminui a vontade de dançar o forró.

Por falta de estrutura, a sergipana explica que não pode fazer tudo que sente vontade. “Eu ia fazer pamonha, cozinhar, mas aqui não é lugar apropriado. A comida tem que ter higiene e aqui tem muita poeira. Se eu tivesse um trailer ia ser uma beleza, ia torrar amendoim na hora, porque nordestino faz tudo na hora”, pontua.

Já que o trabalho não é problema para Maria, o único pedido que ela faz é continuar tendo saúde para amparar a família. “É pra ajudar em casa, eu ajudo minha filha, minhas netas e bisnetas. Preguiça de trabalhar eu não tenho, porque nordestino tem fogo, então eu arregacei as mangas e fui a luta. Só peço pra Deus me dar saúde, garra e energia”, conclui.

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