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Comportamento

Meninos da Cabreúva cresceram, mas não largaram o amor pelo rock

Rapazes formaram banda que fez sucesso na cidade em 1985

Jéssica Fernandes | 02/10/2021 08:07
Guitarrista reviveu lembrança dos tempos de ouro da banda. (Foto: Arquivo Pessoal)
Guitarrista reviveu lembrança dos tempos de ouro da banda. (Foto: Arquivo Pessoal)

O rock moldou a vida e a trilha sonora de Anderson Pistori, 50 anos, Hemerson Pistori,  51 anos, Jeferson Pistori, 47 anos, e Luis Antonio Saverio, 53 anos. Os três irmãos e o amigo da família agitaram muitas noites culturais de Campo Grande com a banda “SOS Som”. Recentemente, o quarteto se reuniu para matar a saudade de tocarem juntos, mas, dessa vez, o show foi reservado e longe dos holofotes.

O que não falta no grupo é história para contar sobre os velhos tempos. Alguns dos relatos estão presentes em antigas páginas de jornais que noticiaram eventos da banda e a história dos adolescentes, que hoje são adultos.

A SOS Som começou em 1985 e foi uma grande representante da cena underground do rock pesado na Capital. Os integrantes eram apenas garotos de 11, 14, 15 e 17 anos, que dividiam de forma apaixonada o amor pela música e o espaço em cima dos palcos.

Jovens eram atração garantida nos festivais da cidade. (Foto: Arquivo Pessoal)
Jovens eram atração garantida nos festivais da cidade. (Foto: Arquivo Pessoal)

Com composições autorais, a banda era presença garantida nos festivais, por isso, pouco a pouco, o público campo-grandense se tornou fã. A cidade ficou pequena demais para o desejo que os rapazes tinham de conquistar o mundo e a solução foi sair de Mato Grosso do Sul.

O baixista Jeferson Pistori relembra esse momento e comenta que a SOS Som chegou a fazer apresentações em alguns bares no estado do Rio de Janeiro. “Largamos as coisas que fazíamos, empregos, estudos e fomos tentar uma carreira no Rio de Janeiro. Na época, era a cidade onde estavam os principais meios de comunicação. Tocamos em vários locais, bares, restaurantes e buscamos as televisões, mas existia muito forte a cultura do apadrinhamento”, diz.

Durante entrevista ao Lado B, que rolou pelo WhatsApp mesmo para que todos pudessem falar juntos sobre a banda, os roqueiros se recordaram dessas e outras experiências.

Jornais antigos trazem história da banda SOS Som. (Foto: Arquivo Pessoal)
Jornais antigos trazem história da banda SOS Som. (Foto: Arquivo Pessoal)

Viver de música há 36 anos não era tão fácil, mas para o Hemerson, que tocava guitarra e era vocalista, tudo ficava melhor na companhia dos rapazes. “Como em qualquer época, existem as coisas boas e as coisas ruins. O fato de poder ter estes parceiros aqui hoje, para mim, é o que conta”, fala.

O sentimento também é compartilhado pelo baterista Luís, que revela que a banda ainda se reúne para fazer um som. “Foram muitos anos felizes, uma paixão que tenho até hoje. Agora, todas as quartas, a gente sempre se encontra e ensaia. Ali, nos divertimos, lembramos do passado, espero estarmos juntos por mais uns 50 anos”, ressalta.

O tecladista Anderson chegou depois no bate-papo e concordou com o que os irmãos e amigo falaram. “Eu também adorava tudo aquilo, tem muitas histórias engraçadas também. A banda foi uma experiência surreal, não é qualquer jovem que pode subir no palco e as pessoas pararem para ouvir, dançar e gritar seu nome”, afirma.

Banda conquistou alguns troféus na década de 80. (Foto: Arquivo Pessoal)
Banda conquistou alguns troféus na década de 80. (Foto: Arquivo Pessoal)

Algumas fases boas da vida sempre chegam ao fim. Os integrantes da SOS Som seguiram profissões diferentes como cientista, professor, comerciante e gerente comercial. Mesmo com saudades daquele período, os caras garantem que estão felizes com o rumo que a vida de cada um seguiu. No fim das contas, a nostalgia da década de 80 é resgatada toda quarta-feira pelo pessoal, que continua com muito rock no coração.

Amizade criada com o rock continua até hoje. (Foto: Arquivo Pessoal)
Amizade criada com o rock continua até hoje. (Foto: Arquivo Pessoal)

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