Mesmo com perrengues, viagem de moto rendeu boas histórias a irmãos
Durante 17 dias, eles percorreram 12 cidades da Argentina e planejam fazer nova viagem
Os três irmãos campo-grandenses tinham um roteiro de viagem bem planejado e a vontade necessária para percorrerem de moto três países da América do Sul. Há um ano, Pablo Mundim, 41 anos, Willian Mundim, 40 anos, e Thiago Mundim, 37 anos, iniciaram o projeto que sofreu uma reviravolta surpreendente. Apesar dos perrengues no caminho, eles souberam dar a volta por cima e vivenciaram uma aventura fantástica.
A princípio, o trio planejava visitar o Chile, Peru e a Argentina, mas o aumento dos casos de covid-19 e a descoberta da variante Ômicron fizeram com que o itinerário fosse reconsiderado.
Ao Lado B, Pablo contou detalhes sobre o roteiro e a mudança nos planos de viagem. "Tínhamos um roteiro para Patagônia, Machu Picchu, Deserto de Atacama e Ushuaia, mas com a Ômicron avançando, ficamos com medo das fronteiras não serem abertas. O plano b era fazer uma viagem para o Nordeste, definimos uma data e avaliamos. Depois, vimos que liberaram a Argentina, mas não o Peru e Chile”, diz
No dia 4 de janeiro, eles pegaram as motos BMW GS1200, BMW 800GS, TIGER 900 e saíram do Brasil rumo à Argentina. Durante 17 dias, os irmãos percorreram 8.900 quilômetros, aproveitaram cada paisagem no caminho e a oportunidade para fazerem amizades.
Segundo Pablo, a aventura foi inédita, pois eles nunca tinham viajado sozinhos durante todos esses anos. “Rodávamos todo o dia de moto, foi uma experiência sensacional, o momento dos irmãos pela primeira vez”, fala. Ainda no início da viagem, eles enfrentaram a primeira de algumas das dificuldades que surgiriam depois.
Com cinco reservas garantidas na Argentina, os viajantes seguiam tranquilos na estrada, quando o alternador de uma das três motocicletas estragou. “Uma moto teve um problema mecânico, por sorte, era a única região com concessionária da BMW”, lembra. No entanto, por ser sexta-feira, a peça levaria uma semana para chegar. “Íamos perder cinco dias”, afirma.
Sem nada para fazer, eles aproveitaram para explorar a região e conhecer novos cenários. “No domingo, conversando com os moradores, perguntamos de lugares legais para conhecer, eles sugeriram uma que é como se fosse Campos do Jordão”, explica. No meio do caminho, os irmãos encontraram uma resolução que fez o alternador da moto voltar a funcionar.
A partir disso, Pablo, Willian e Thiago prosseguiram a viagem com uma nova perspectiva e desprendidos do roteiro estabelecido. “A viagem ficou legal, porque abriram várias possibilidades, passamos a fazer reservas no caminho. Foi ótimo, tiveram vários momentos que ficamos: “Que bom que a moto quebrou”, conta.
Ruta Nacional 40 - Depois de aproveitarem dias tranquilos, entre cafés da manhã ao ar livre e acampamento, o trio encarou um desafio e tanto. A “Ruta Nacional 40” os levou quase ao limite de sede e exaustão, além de proporcionar diversos tombos no caminho.
Para quem nunca ouviu falar e não imagina o que é a Ruta Nacional 40, o Pablo explica um pouco mais sobre. “Essa rodovia tem vários pontos diferentes, na parte norte é deserto, sendo um lado a Cordilheira dos Andes. Ao sul, perto de Bariloche, é a Patagônia, a floresta fechada, os picos das montanhas cheios de neve, é sensacional”, ressalta.
Por terem escolhido uma rota alternativa, eles demoraram seis horas para chegar ao destino mais próximo. Na estrada de terra, o começo do percurso foi tranquilo, porém a areia dificultou a situação para os motociclistas. “Era uma estrada com areia fofa, a moto não andava bem nela, levamos vários tombos. O tempo todo, caímos e levantamos, mas valeu a pena o aprendizado”, diz.
Embora tenha passado por esse e outros perrengues, Pablo garante que a viagem foi incrível para ele e os dois irmãos. “Foi uma experiência única, fizemos uma tatuagem para lembrar dessa primeira aventura”, revela.
No passado, eles tiveram a oportunidade de conhecer um pouco da extensa Argentina, mas desta vez, a visitaram com outra perspectiva. No fim da trajetória, os três passaram por 12 cidades. De volta à vida cotidiana, Pablo faz planos para viajar novamente quando tiver um tempinho. “Acho que não vai ser a última viagem”, pontua.
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