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Comportamento

Mesmo sofrendo com o português, Mustafa conquistou clientes na Orla

Há um ano, chef saiu do Egito para viver em Campo Grande, onde vende shawarma na Orla Morena

Jéssica Fernandes | 15/07/2022 08:15
Na Orla Morena, Mustafa Fathy vende shawarma de carne ou frango. (Foto: Alex Machado)
Na Orla Morena, Mustafa Fathy vende shawarma de carne ou frango. (Foto: Alex Machado)

O toque especial e a atenção aos detalhes na hora de temperar o shawarma regem as noites de Mustafa Fathy, de 31 anos. Há 7 meses, ele vende o lanche na Orla Morena, no Bairro Cabreúva. Apesar de esbanjar talento para criar outros pratos, ele escolheu vender a iguaria de fácil preparo, pois sonha em abrir o próprio restaurante em Campo Grande.

O chef de cozinha saiu da Província de Menoufia, que fica ao norte da capital do Egito, e adotou há um ano Campo Grande como lar permanente. Na terra natal, ele diz que precisou deixar a esposa, mas trouxe os 15 anos de experiência na profissão, o desejo de continuar fazendo o que ama e o dolmã que veste cheio de orgulho.

Apesar de estar há doze meses no Brasil, Mustafa ainda está aprendendo português. Como ele não compreende com exatidão o idioma e a jornalista em questão tão pouco entende o dele, usamos o celular para conversar. A cada pergunta e resposta traduzida, o chef narrou um pouco da sua história.

Com o apoio do celular, chef traduziu as respostas. (Foto: Alex Machado)
Com o apoio do celular, chef traduziu as respostas. (Foto: Alex Machado)

Na barraca, que fica posicionada na passarela onde acontece a feira da Orla, Mustafa tem tudo que precisa para preparar o shawarma vendido a R$ 13. O recheio é de carne refogada, sendo que as duas opções são de boi ou frango. Além da proteína animal, o profissional acrescenta pimentão, cebola, tomate, cheiro verde e tempera tudo.

No fim, a salada e a carne são misturadas e servidas dentro do pão árabe de massa fina, que é levemente tostado. No balcão, Mustafa deixa a disposição refis de catchup, maionese e pimenta para aqueles que quiserem incrementar o lanche. Contudo isso é só um detalhe, pois sozinho o shawarma já é bastante saboroso.

Questionado por quanto tempo pretende continuar fazendo os shawarma, o chef fala sobre os planos futuros. “Gostaria de arrecadar dinheiro, quero abrir um restaurante aqui em Campo Grande. Quero fazer toda comida árabe para o povo brasileiro”, fala.

Lanche é recheado com carne, salada e servido no pão sírio. (Foto: Alex Machado)
Lanche é recheado com carne, salada e servido no pão sírio. (Foto: Alex Machado)

Com uma pequena fila de clientes, Mustafa não tem tempo para descansar entre um pedido e outro. Para ele, a melhor parte do serviço é ver a reação do público ao experimentar o lanche. "Fico feliz diante das pessoas que vêm provar minha comida e dizem que é bom", afirma.

Encantado com a cidade, o chef revela que gostou do jeito dos campo-grandenses. "As pessoas são muito respeitosas, é muito bom viver aqui, seu povo é grande", relata. Antes de se mudar, Mustafa explica o que fazia no país de origem. "Eu trabalhava como cozinheiro em uma empresa de turismo no Egito", fala.

Neste momento perguntei para o chef se ele preparava outros pratos além do shawarma. Com um sorriso estampado no rosto, que nem precisava ser traduzido, ele pegou o celular e mostrou diversas fotos. No próprio idioma, o profissional falou o nome de cada refeição fotografada, como o quibe, tabule e o charuto.

Mustafa mostra imagens dos pratos que sabe preparar. (Foto: Alex Machado)
Mustafa mostra imagens dos pratos que sabe preparar. (Foto: Alex Machado)

Segunda casa - A não ser pelo amigo que mora em Campo Grande, o chef não soube justificar, ou não compreendeu a pergunta traduzida, o motivo de ter escolhido o Brasil para viver. Mesmo assim, ele ressalta em como se sente alegre aqui. "Tenho muita sorte, porque tenho dois países o Egito e o Brasil. Estou muito feliz em morar no Brasil', destaca.

Essa alegria Mustafa carrega no olhar e transmite no jeito gentil que atende os clientes. Já o orgulho do Brasil está estampado no boné que usa e no dolmã que veste. No final da entrevista, ele preparou dois chás árabes e se despediu.

Quem quiser comprar os shawarmas e ajudar o chef a realizar o sonho do restaurante, Mustafa fica de quinta-feira a domingo na Orla Morena, das 17h às 23h.

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