Na 1ª viagem internacional, repórter fica presa em casa no Canadá
Aqui também está difícil encontrar álcool gel, temos economizado o que trouxemos e costumamos lavar bem as mãos durante o dia
Aos 26 anos, março de 2020 foi o mês da minha primeira viagem internacional. Escolhi o Canadá por ter sido convidada para o casamento de uma amiga no país. Os planos eram de 27 dias de férias com muita diversão, passeios turísticos, um noivado (sim, eu noivei na neve) e viagens, inclusive, para os Estados Unidos.
No entanto, devido ao decreto de situação de emergência emitido pelo Canadá estamos em casa conforme foi solicitado.
Fiz esse vídeo para dar uma ideia de como as coisas estão por aqui. Canadá tem 598 casos confirmados até hoje e oito mortes, sendo quatro na província em que estamos, Colúmbia Britânica.
Os planos de viagem que havíamos feito para o resto das férias foram cancelados, assim como atrações turísticas, bares e outros locais para diversão estão fechados pelos próximos 15 dias.
Ainda temos 12 dias de viagem, mas, desde a última segunda-feira a aventura tem sido mesmo dentro de casa.
Conseguimos aproveitar pontos turísticos e locais públicos só até no último fim de semana, quando fomos para Whistler, cidade que recebe milhões de turistas por ano por causa das montanhas e da neve no período de inverno. Mas, já no domingo, a atração turística não funcionou normalmente. Gôndolas e teleféricos foram fechadas.
Desde então temos seguidos as orientações e medidas preventivas do país.
Na cidade em que estamos boa parte dos lugares estão fechados. Alguns hotéis suspenderam o horário de almoço para evitar aglomeração, alguns trabalhadores estão em casa e outros chegaram a ser demitidos, segundo informações de canadenses. Supermercados, farmácias e lojas de bebidas ainda estão em funcionamento, mas já é possível ver prateleiras vazias. Nos mercados, por exemplo, ninguém encontra mais papel higiênico e congelados.
Podemos sair e ir para locais abertos e arejados com a diversidade de parques públicos que há em Vancouver? Podemos. Não é proibido. No entanto, boa parte da população tem respeitado as orientações e estamos em uma casa com outras cinco pessoas, por isso, sair e pegar o transporte público é um risco para quem está lá fora e para quem está dentro de casa conosco. Optamos seguir as orientações e ficar em casa por responsabilidade, segurança e empatia. Inclusive, há possibilidade do transporte coletivo ser reduzido, segundo informações dos canadenses.
Para enfrentar a “quarentena”, fomos ao supermercado e fizemos compr as para os próximos 15 dias, sem exageros ou estoque de comida. Fizemos apenas uma conta do que era necessário para café da manhã, almoço e jantar e compramos de acordo para os 15 dias. Nada muito diferente da compra mensal ou quinzenal que costumamos fazer no Brasil, até porque comer no Canadá custa caro, muito caro (para quem ganha em reais então).
Reforçamos a atenção com a limpeza, higiene das mãos e atenção aos sintomas.
Com as notícias sobre fechamento da fronteira do Canadá e dos Estados Unidos muitas pessoas têm questionado se vamos poder voltar para o Brasil. A princípio não há nenhum impedimento para o estrangeiro que necessita deixar o país.
A dica que eu dou para quem está aqui ou em outro país é: apesar do investimento e do desejo de curtir cada minuto da viagem, o melhor a fazer é respeitar as medidas preventivas do país. É uma atitude consciente, responsável e empática.
Não é necessário estocar comida. Compre apenas o necessário para alimentação diária e opte por muita água e alimentos saudáveis. Aqui também está difícil encontrar álcool gel, temos economizado o que trouxemos do Brasil e costumamos lavar bem as mãos durante o dia.
Não estava nos planos escrever durante as férias, em pleno Canadá, mas a gente é jornalista em qualquer lugar do mundo. Estamos na torcida para que tudo dê certo aqui e no nosso país.