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Comportamento

Na cidade, Maria e Neuro só tiveram paz em casa que parece chácara

Sinônimo de sossego, lar é rodeado de árvores que protegem o casal do ruído e calor da cidade

Jéssica Fernandes | 21/10/2022 06:20
Maria e Neuro na porteira que dá acesso à casa no Bairro Vila Margarida. (Foto: Paulo Francis)
Maria e Neuro na porteira que dá acesso à casa no Bairro Vila Margarida. (Foto: Paulo Francis)

No Bairro Vila Margarida, a propriedade do casal Maria Seide Rodrigues, de 62 anos e Neuro Henrique, de 59 anos, é sinônimo de tranquilidade. Rodeada de árvores frutíferas, o lugar lembra uma chácara e basta atravessar o portão para sentir o sossego e ar fresco substituindo o ruído e calor das ruas.

O quintal grande coloca uma boa distância entre o portão e a casa, por isso, é difícil ver de longe os detalhes do imóvel de madeira. A primeira a dar boas-vindas é a cachorrinha ‘Guria’. Dócil, ela não late e aceita carinho de imediato. Depois dela chega Sofia, que é uma pinscher gordinha.

Em seguida, Maria sai da varanda e vem caminhando até a calçada onde fornece as primeiras informações sobre si. Natural de Bela Vista, ela comenta como chegou à Capital. “Eu vim porque casei há muito tempo em 1976, mas me separei. Casei com ele (Neuro) já tem 28 anos”, diz.

Mascote do casal, Guria fez recepção amistosa aos visitantes. (Foto: Paulo Francis)
Mascote do casal, Guria fez recepção amistosa aos visitantes. (Foto: Paulo Francis)

O esposo veio de Bodoquena e, segundo ela, sempre gostou de tudo que remete à fazenda. “Ele tem os quadros dele com cavalo”, conta. Esse é um dos pontos em comum de ambos, pois Maria cresceu na fazenda ‘Santo Antônio’.

Ao mencionar a propriedade onde vivia com a avó, Maria volta no tempo por alguns instantes. “Muita coisa boa. Eu sou nascida e criada lá. Nossa, a gente aprontava quando era criança”, recorda.

Após cruzar o quintal, a primeira coisa a chamar atenção é a árvore jatobá. Enorme, ela faz sombra em toda a área onde foi construída a casa de madeira. Para chegar à varanda, é preciso passar a porteira, que estava recebendo uma nova cobertura de tinta.

Àrvore de jatobá ocupa metade do quintal e faz sombra grandiosa na casa. (Foto: Paulo Francis)
Àrvore de jatobá ocupa metade do quintal e faz sombra grandiosa na casa. (Foto: Paulo Francis)

Adiante estão os quadros de madeira entalhada com figuras, como cavalo, ferradura e dois homens, sendo um deles pescador e outro um trabalhador. Laço, rédea e outros adereços de montaria estão pendurados nesses objetos.

Mostrando os itens, Maria fala do tempo que o marido saía a cavalo nas ruas da cidade. “Meu marido ia na Afonso Pena de cavalo, ele tinha um pônei. Ia ele no cavalão branco, o amigo dele e meu netinho no pônei. Tempo bom”, frisa.

Neuro também lembra dessa época e fornece detalhes de como funcionava o passeio. “A gente ia em oito cavaleiros. Nos almoçava aqui, arreava os cavalos na pracinha, depois pegava e ia para Afonso Pena. Tomávamos cerveja lá no canteiro”, explica.

Na varanda, Maria fala sobre a casa e o lugar onde cresceu. (Foto: Paulo Francis)
Na varanda, Maria fala sobre a casa e o lugar onde cresceu. (Foto: Paulo Francis)

Neuro é uma pessoa descontraída. Questionado sobre há quanto tempo está casado, ele brinca. “28 anos. Se tivéssemos matado um já estaríamos livre da prisão”, ri.

Sobre a sorte de ter encontrado alguém que compartilha dos meus gostos, ele diz. “Não tinha esse negócio de não gostar, se gostasse de mim teria que gostar de chácara. Eu peguei ela, levei para a fazenda do lado de Jaraguari e foi só alegria”, destaca.

Ainda na varanda, o casal tem mesas de diferentes tamanhos, mas todas feitas de madeira. A matéria prima está em todas as partes, desde as paredes do imóvel, o banco onde está entalhado 'Chácara MCM’ e a pequena casa de enfeita com a frase ‘Paz’ pintada de branco.

Madeira entalhada com imagem de cavalo são recordações de Neuro. (Foto: Paulo Francis)
Madeira entalhada com imagem de cavalo são recordações de Neuro. (Foto: Paulo Francis)

Além da árvore de jatobá, que já estava lá quando o casal chegou, o quintal é ocupado por mais verde e natureza. As outras árvores e flores foram plantadas pelos dois ao decorrer dos anos. Hoje, as árvores de caju, limão e o coqueiro integram o cenário.

Não tem nada no lar que desagrade Maria. Por essa razão, ela não sabe dizer qual é a sua parte favorita de viver ali. “Eu gosto de tudo. O sossego, a paz, graças a Deus minha casa é uma paz”, enfatiza. Já o marido concorda. “Não troco essa casa por uma mansão de jeito nenhum. Aqui eu durmo tranquilo”, garante Neuro.

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