Na pandemia, mãe e filha entram na moda da cabeça raspada e dão lição
Débora resolveu arriscar no corte de cabelo e nisso inspirou Luna, sua filha de apenas 3 aninhos
Para ganhar um "respiro" na pandemia, a designer de moda Débora Assis Espíndola, 34 anos, resolveu mudar de corte de cabelo. Sem pestanejar, pegou e raspou a lateral da cabeça no estilo "undercut" feminino. Um corte que aparentemente não havia qualquer pretensão, acabou por inspirar sua filha Luna de 3 aninhos a fazer o mesmo.
Assim, mãe e filha não só dividem o mesmo penteado de agora, mas juntas compartilharam uma lição de que – seja mulher ou menina – o importante é quebrar paradigmas e se sentir bem da forma que desejar ser.
"A gente vive num mundo em que a mulher tem que ter corpos esculturais, cabelos perfeitos, traços robotizados e delicados. Quem sai desse padrão se arrisca. Se ela pensar assim desde pequena, talvez não sofra com essas imposições bestas que a sociedade traz para nós. Sempre fiz o que eu quis com meu cabelo, unhas, corpo. E ensino Luna a também fazer o mesmo. Nossa aparência só diz respeito a nós mesmos", afirma Débora.
A história do corte de cabelo começou no primeiro dia do mês, quando a mãe transformou suas longas madeixas em um estilo mais descolado. "Eu já tinha vontade de realizar esse corte há pelo menos 5 anos, mas foi um processo. Meu receio era o cargo que eu ocupava em uma grande empresa. Agora que tenho meu próprio negócio, eu me permiti. Então até que a pandemia deu uma forcinha", diz.
Para Débora, um corte de cabelo tem a característica de mudar várias perspectivas, e não só a visual. "É uma forma de me expressar enquanto mulher, mãe, empreendedora, dona de casa. E foi realmente uma mudança que eu quis realizar muito por conta dos dias que estamos vivendo. A pandemia influenciou demais, pois a gente se pega pensando na vida de agora, sem saber o dia de amanhã", explica.
Como uma forma de carinho, de cuidado, acabou por finalmente fazer o corte que sonhava. Quando a Luna viu, deu maior risada e achou o máximo, relembra a mãe. "Não parava de passar a mão na parte raspada. Daí eu perguntei à ela: 'você gostou, filha? Quer fazer também?'. Ao concordar, disse que queria ficar igual a mim", se orgulha.
Por uma questão de respeito, foi até o esposo e perguntou o que achava da ideia. No início ele até pensou que se tratava de uma brincadeira, mas quando viu que o papo era sério… "mas então leva ela no salão, não vai fazer sozinha pra não ficar feio!".
Mas Débora quis fazer uma surpresa ao marido. Esperou ele ir ao mercado para ela mesma raspar a cabeça da filha. Antes, perguntou novamente se era mesma a vontade de Luna. A menina de 3 anos confirmou. "Aí já viu né, em casa, pandemia, sem nada pra fazer, maquininha do marido parada… quando ele saiu, peguei ela e 'brincamos' de cabeleireiro (risos)".
Para a mãe, a decisão da filha é uma forma também de expressar suas vontades. "Particularmente, sempre gostei de coisas diferentes, e na minha profissão isso é super normal. Porém, quis dar voz à ela, principalmente mostrar que enquanto menina também pode ser quem ela quiser, que não existe padrão, que sua beleza é ela quem faz. Quero ser uma mãe que inspira, e acho que Luna tem esse lado meio 'artístico', diferenciado", finaliza a mãe coruja.
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