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Comportamento

Nem pandemia impediu mãe de voltar para sala de aula com a filha

Raquel e Ana Rebeca Rissette são mãe e filha que começaram juntas o curso de psicologia e sonham em formar

Bárbara Cavalcanti | 09/05/2021 08:00
Mãe e filha são juntas calouras de psicologia na UCDB nesse ano. (Foto: Henrique Kawaminami)
Mãe e filha são juntas calouras de psicologia na UCDB nesse ano. (Foto: Henrique Kawaminami)

Ana Rebeca Rissette de 19 anos é uma das calouras do curso de psicologia da Universidade Católica Dom Bosco da turma de 2021. E a colega de turma mais especial é a mãe dela, a missionária e pastora Raquel Risseti, de 55 anos. “Eu já tinha visto pessoas com mães no mesmo curso, mas não na mesma turma”, comenta Ana Rebeca.

As duas sempre tiveram uma paixão pela psicologia. Ana Rebeca conta que é um sonho desde a infância. “Eu tinha a brincadeira com as minhas amigas em que eu era a psicóloga”, recorda.

Já Raquel comenta que desde sempre teve interesse, mas nunca tinha colocado em prática seguir a área de estudo. Foi quando a filha passou para psicologia no início do ano, que ela pensou em concretizar a vontade.

“Quando ela foi aprovada, eu comecei a pesquisar como eu poderia entrar também e havia a opção de entrar como portadora de diploma”, explica. Assim, as duas acabaram como calouras do curso e ainda por cima na mesma turma.

Raquel detalha que na mesma turma ainda existem outros portadores de diploma, mas que ainda de uma faixa etária mais nova que a dela, então ela é a mais velha da sala. "Eu sou a única ali, então tenho que saber respeitar e participar, sem alterar o andamento natural das aulas. A amiga da minha filha já me chama de tia, mas eu não tenho nenhum problema com isso, creio que posso aprender muito com eles.", reforça. Ela também brinca que ter a filha ao lado ajuda principalmente com a tecnologia.

As duas compartilham rotinas de estudos e aproveitam para facilitar o trabalho em grupo. (Foto: Henrique Kawaminami)
As duas compartilham rotinas de estudos e aproveitam para facilitar o trabalho em grupo. (Foto: Henrique Kawaminami)

Sobre a psicologia, Raquel detalha que sempre teve afinidade, ainda mais pela formação anterior e pelo trabalho na igreja. "A gente trabalha muito com pessoas, trabalhamos muito com aconselhamento, o que é diferente de um tratamento psicológico. Quando a pessoa precisa de tratamento, encaminhamos para o profissional. Mas eu gosto muito de ouvir pessoas, eu tenho paciência, sou mais de ouvir do que falar. Acredito que a psicologia vai me ajudar muito", explica.

Raquel já sabe exatamente o que quer fazer com a graduação: se especializar na terceira idade. "Na igreja, já é um público com qual eu trabalho. E com a pandemia e com o que está acontecendo no mundo, já é necessário a ajuda psicológica para os idosos e vai ser muito mais daqui para a frente. Quero poder unir o trabalho que já faço com o conhecimento da graduação e ajudar essas pessoas da melhor forma. E daqui cinco anos eu mesma também estarei na terceira idade", ressalta.

As duas compartilham toda rotina de aulas e estudos que por causa da pandemia acontecem por aula on-line. “É bom para fazer trabalho em grupo”, comenta Raquel. E ficar sempre juntas não aparenta causar divergências. “É bem tranquilo”, reforça Ana Rebeca.

Raquel brinca que “pediu permissão” da filha antes. “Eu perguntei para ela se ela iria se incomodar”, relata. E conseguiu o passe livre. “Não me incomoda não. Eu gostei da ideia, vai me ajudar bastante a focar”, expressou Ana Rebeca. "Eu gosto muito de estudar, está sendo uma experiência bem gostosa", ainda declara Raquel.

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