Nem violência fez Evelize abandonar bicicleta e a dancinha pelas ruas
Após nove anos desde que viralizou como a "mulher mais alegre da cidade", diarista voltou a chamar atenção
Nove anos se passaram desde que a “bailarina da bicicleta” viralizou nas redes sociais e, depois de todo esse tempo, Evelize Barbosa da Silva voltou a ficar na boca do povo pelo mesmo motivo de 2015: a alegria da mulher dançando ao lado da bike. Desde então, ela garante que muita coisa mudou, mas o gosto por andar livre por aí e sorrindo com a bicicleta segue o mesmo.
“Eu só não coloco ela (bicicleta) dormindo comigo na cama porque do lado já tem meu marido”, diz Evelize com a gargalhada que também continua sendo sua característica. Acostumada há muito tempo com os olhares por onde passa, a diarista explica que só ficou sabendo que havia sido publicada novamente nas redes sociais graças ao pedido de entrevista.
Nesse tempo, a antiga bicicleta precisou ser substituída por outra de modelo igual, mas o pensamento de trocar a bike por outro veículo nunca passou pela sua mente. “Há mais ou menos cinco anos, um ladrão pegou a minha antiga emprestada e nunca mais devolveu, infelizmente. Eu tinha acabado de trocar pneu e fazer uma manutenção nela toda, mas aconteceu isso”.
No dia do “empréstimo” forçado, a diarista estava no posto de saúde e, quando deixou o local, só conseguiu gritar perguntando da companheira. “Fiquei triste demais porque a gente se apega, mas não tinha o que fazer. Conversei com o rapaz que faz a manutenção para mim e perguntei se ele conseguiria outra igual para eu comprar”.
Foram cerca de duas semanas até que a bike chegasse para que Evelize voltasse a ser mais feliz. Nesse tempo, ao invés de usar transporte coletivo ou algo parecido, a ideia foi emprestar a bicicleta de um familiar. Tudo para seguir em contato com o vento no rosto.
Eu gosto de sentir o vento, o Sol, a chuva e a bicicleta me permite isso. Também me deixa dançar do lado dela enquanto vou caminhando. Nesse tempo que passou, eu ganhei idade, consegui sair do aluguel e muita gente pergunta o motivo de eu não arrumar uma moto ou um carro. No fim, é porque eu prefiro assim mesmo, diz a diarista.
Além de se sentir mais próxima da vida, ela defende que pensar na saúde também é algo que faz diferença. “Eu comecei a usar bicicleta para ir trabalhar quando eu tinha 14 anos e nunca mais parei. Meu marido também começou a usar, assim como meus filhos e, agora, vamos ensinar para o pequeno”, diz.
Outros detalhes vão se somando para que Evelize chame atenção em todos os cantos. Sempre quando pode, mantém os pés no chão porque gosta do contato com o solo e o lenço cigano também sempre está na cabeça.
No meio de tantas características tão próprias, a diarista conta que tem orgulho de si mesma e é com amor que lida com preconceituosos que insistem em resistir.
“Tem gente que atravessa a rua, que não gosta de subir o elevador comigo e que me olha feio. Mas eu não ligo para nada disso porque é um problema da pessoa. Tenho comigo que a gente precisa ser educada e é assim que sigo”.
Inclusive, nesse sentido, Evelize até aconselha quem fica admirado com sua alegria no cotidiano. “Acho que a gente precisa focar no amor que recebe e nas coisas que a gente gosta. Por isso é que sou feliz. Eu escuto minha música, ando de bicicleta, danço e sigo meu ritmo”, completa.
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