No casamento das Marias, irmãs dividem altar e noivos entram arrasando na festa
A cumplicidade e o amor de irmãs foram parar no altar. Maria Fernanda e Maria Silvia já namoravam Diego e José Octávio há 10 anos e quando os planos de casarem começaram a chegar na família, o pai delas deu a ideia do casamento duplo. Ali que os quatro deram o primeiro "sim". No mês passado as noivas irmãs dividiram igreja, festa, convidados e uma dança de arrasar em Dourados.
Maria Fernanda tem 30, Maria Silvia, 26. As duas são as filhas do meio e caçula da família Mastriani. A mais velha, também Maria, Maria Clara, já havia trocado os votos em 2013 e o pai então pediu uma "folga" de um ano entre os casamentos. E quando uma disse que daria a preferência para a outra, o pai lançou a sugestão, em maio do ano passado.
"Somos parecidas em muitas coisas, não fazia sentido fazer uma festa e depois outra. Não só pelo trabalho e dinheiro, mas meu pai disse que seria diferente, muito mais bonito e teria mais sentido", explica a noiva Maria Fernanda Fernandes Mastriani. Consultados os noivos, todo mundo estava de acordo.
Maria Silvia descreve que a irmã, Maria Fernanda, sabia o que queria no casamento, por sempre ter tido o sonho de se casar. Na organização, as duas dividiram parte das tarefas, mas em nenhum momento entraram em conflito. "Se tinha uma coisa que uma queria muito, a outra concordava. O mais difícil de decidir foi a dança, que ela queria", conta Silvia.
Foram pelo menos 10 ensaios para a entrada triunfal, que quebraria, de certa forma, o protocolo clássico que elas escolheram seguir. As duas vestiam branco, vestidos escolhidos em conjunto nas lojas de São Paulo. Mesmo sendo um casamento duplo, a entrada dos padrinhos e noivos obedeceu a ordem a idade delas, como se fosse um casamento "individual". Primeiro entraram os padrinhos de Maria Fernanda, seguidos do noivo com a mãe, até a entrada dela com o pai, ao som da marcha nupcial. E no altar, ela viu entrar a irmã Maria Silvia. "Fui firme na minha entrada, mas a hora que ela entrou, eu não aguentei. Chorei até o final da cerimônia", descreve a mais velha.
"Em princípio nós íamos entrar as duas juntas, mas ficamos com medo de ser muito estreito e depois a gente pensou que o casamento é a entrada da noiva com o pai, então a gente queria fazer cada uma a sua para sentir o momento, completa Silvia.
No altar os convidados enxergavam duas noivas. Entre elas, o contexto era outro: de duas amigas irmãs. "Na nossa infância g ente sempre fez tudo junto e dividir o altar com ela, foi o meu presente de casamento. Não teria tido nenhuma graça se ela não tivesse se casado junto comigo", diz Silvia.
Com vestidos e personalidades diferentes, houve quem chegasse a suspeitar que elas eram gêmeas. "Porque estávamos em sintonia, em harmonia. Mas é que quando uma coisa liga à outra e vai fluindo, é porque é para ser", descreve Fernanda.
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Mais velha que Silvia, ela guardou para si o sonho de casar, desde menina, com tudo o que tinha direito, mas sem nunca imaginar que fosse compartilhar esse momento, ainda mais com a irmã. Fernanda "encerrou" um ciclo da vida junto de Silvia, para então começar a formar a própria família. "Quando você tem afinidade com um irmão seu é uma explosão de felicidade e você divide essa emoção. É como se estivesse sentindo aquilo duplicado", detalha.
O "diferente" do casamento foi ideia dela, aceita por todos os três envolvidos: a dança. Por ter muita gente na pista, Fernanda imaginou que a valsa dos noivos não cairia tão bem e poderia virar bagunça na hora de cada uma dançar com o pai. Juntando esse argumento e mais a vontade de levar para os convidados a energia que sentia, Fernanda quis coreografar a entrada.
"Sabia que ia ser divertido, mas eu tinha medo de não dar certo também. Meu cunhado ficou desesperado", conta Maria Fernanda. A música escolhida foi "Time of my life" do clássico "Dirty Dancing". "A gente ama essa música e entrou num acordo de começar ela devagar, para depois fazer um ritmo mais rápido", descreve.
Os ensaios eram realizados em Campo Grande, com o estúdio de dança Ivan Souza. "Nas últimas aulas quem estava com medo de dançar era eu", brinca. No final, o auge da festa foi a dança, bem recebida pelos convidados:
"Minha intenção era de levar essa energia e mostrar a felicidade que os dois casais estavam sentindo e foi exatamente o que todo mundo sentiu. Foi marcante".