No estacionamento, bilhete surpreende com desculpa para não pagar parquímetro
Cenas no cotidiano, mas nada comuns, servem para mostrar como as pessoas (definitivamente) não são uma massa. A surpresa desta vez surgiu com um bilhete em um carro no Centro de Campo Grande, a espera de um fiscal de parquímetro que se solidarize com a falta de créditos para estacionar.
O entusiasmo com a vinda do primeiro neto, que se adiantou, fez com que a advogada Valdirene Santos, 39 anos, se lembrasse, mesmo no meio da correria, de deixar um recado aos fiscais, com nome e telefone.
Foi uma tentativa de se livrar da multa, já que esqueceu de abastecer o chaveiro de créditos. "Não tinha onde eu comprar. Nem tinha cabeça pra isso”, justifica.
O bebê chegou 3 dias antes do previsto. A mãe teve de correr com a filha para a maternidade Cândido Mariano, já em trabalho de parto. Antes, catou um papel e deixou o recado: "Urgente: mulher em trabalho de parto. Não deu tempo do parquímetro".
Depois de 3 horas, a advogada voltou ao carro, que estava estacionado na rua 25 de Dezembro. "Bem, se algum fiscal viu o bilhete, se comoveu. Pelo menos não fui multada", conta.
Ela lembra, é claro, que a ideia de escrever o bilhete foi pelo medo da multa, que apesar de ser de um valor baixo, cerca de R$ 80,00 "gera dor de cabeça". Mas também apostou na reação do outro lado. "Com fé no ser humano" resolveu tentar se livrar de qualquer autuação.
“Ainda acredito na solidariedade humana, é imprevisível, pode acontecer com qualquer pessoa", explica, sem multa e com um novo integrante na família, o neto Bernardo.