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Comportamento

Ótica tem ‘museu’ com relíquias que contam história de três gerações

Lentes, armações e ferramentas são alguns do itens que eram utilizadas pelo fundador da loja

Por Jéssica Fernandes | 27/12/2023 07:56
Nas prateleiras do armário estão espalhadas algumas lentes. (Foto: Paulo Francis)
Nas prateleiras do armário estão espalhadas algumas lentes. (Foto: Paulo Francis)

É no armário de madeira com vidros transparentes que o antigo faz contraste com o moderno dentro da Ótica Kalitá. O negócio começou com José Lucas e passou de filhos para netos até chegar em Campo Grande, na Avenida Mato Grosso.

No endereço da loja, Tiago Lucas, de 44 anos, conserva algumas relíquias de trabalho que o avô usou em 1951. Lentes, armações, aparelhos e ferramentas estão guardados no armário chamado de ‘museu’. Os itens representam parte significativa da história que a família faz questão de preservar e deixar exposta ao público.

José Lucas começou o negócio ‘Ótica e joalheria Marli’ no Rio de Janeiro. No estado, os filhos seguiram administrando o empreendimento que foi transferido para Mato Grosso do Sul há 19 anos. Já na Capital, a loja mudou de nome e passou por outro endereço antes de se estabelecer na avenida.

Tiago Lucas fala sobre objetos que eram usados pelo avô em 1951. (Foto: Paulo Francis)
Tiago Lucas fala sobre objetos que eram usados pelo avô em 1951. (Foto: Paulo Francis)

São 17 anos funcionando no Bairro Jardim dos Estados, porém foram nas últimas reformas que o ‘museu’ foi colocado em um local de destaque. Conforme Tiago, o acervo é maior do que o exposto nas prateleiras do armário.

“Eu sempre colocava na vitrine ou em algum lugar que ficava um pouco sumido. Agora colocamos aqui, mas não conseguimos colocar tudo. Isso aqui é nossa história, é desde o começo. Isso são equipamentos que ele usava e era tudo que tinha de moderno na época”, explica.

Sócio-proprietário da ótica, ele conta como o empreendimento do avô se estabeleceu nos últimos 72 anos. “Ele veio, casou com minha avó, levou para lá (Rio de Janeiro) e começou o negócio. Meus tios, minha mãe, continuaram. Começaram desde crianças e agora estamos na terceira geração”, afirma.

Objeto era usado para perfurar manualmente armações. (Foto: Paulo Francis)
Objeto era usado para perfurar manualmente armações. (Foto: Paulo Francis)
Ferramentas são guardadas desde 1951 e agora estão expostas na loja. (Foto: Paulo Francis)
Ferramentas são guardadas desde 1951 e agora estão expostas na loja. (Foto: Paulo Francis)

Os itens mantidos dentro do armário são só uma pequena amostra do que não veio para Campo Grande e o que está guardado na casa da família.  Alguns instrumentos, como o de perfurar manualmente as armações, Tiago usava nas brincadeiras de criança. “Ele não gostava que pegasse para brincar”, recorda.

Além da máquina em questão, a família guardou lentes de diferentes tamanhos, armações folheadas a ouro e óculos. Ao mostrar um dos modelos de óculos infantis, o sócio-proprietário da ótica revela uma curiosidade. “Antigamente não acompanhavam pré-natal, então nascia muita criança com deficiência visual”, diz.

As máquinas para fazer exames são as mais curiosas do acervo. Uma das mais antigas, conforme Tiago, é a ‘caixa de prova’ feita de madeira que era usada para exame de vista. “Era um equipamento que ele comprou usado antes de ter a loja”, conta.

Tiago segura um pequeno óculos usado por crianças da época. (Foto: Paulo Francis)
Tiago segura um pequeno óculos usado por crianças da época. (Foto: Paulo Francis)

Outro aparelho curioso é um de metal que era usado, de acordo com Tiago, para ver o nervo ótico. O museu também tem várias caixas com ferramentas que lembram chave de fenda e eram utilizadas para fazer os óculos. “Era muita coisa manual na época do cristal, do vidro, hoje é outro tipo de máquina. Usamos as automatizadas”, explica.

O armário com os objetos que um dia passaram pelas mãos de José Lucas são verdadeiras relíquias. Ao lado das máquinas modernas, lentes que esbanjam a última tecnologia, as peças dele são uma daquelas que não tem preço, mas muito valor para quem as preserva.

Armário de madeira com vidro transparente fica no centro da loja. (Foto: Paulo Francis)
Armário de madeira com vidro transparente fica no centro da loja. (Foto: Paulo Francis)
Caixa de madeira usada para exame de vista é um dos itens mais antigos. (Foto: Paulo Francis)
Caixa de madeira usada para exame de vista é um dos itens mais antigos. (Foto: Paulo Francis)

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