Ótica tem ‘museu’ com relíquias que contam história de três gerações
Lentes, armações e ferramentas são alguns do itens que eram utilizadas pelo fundador da loja
É no armário de madeira com vidros transparentes que o antigo faz contraste com o moderno dentro da Ótica Kalitá. O negócio começou com José Lucas e passou de filhos para netos até chegar em Campo Grande, na Avenida Mato Grosso.
No endereço da loja, Tiago Lucas, de 44 anos, conserva algumas relíquias de trabalho que o avô usou em 1951. Lentes, armações, aparelhos e ferramentas estão guardados no armário chamado de ‘museu’. Os itens representam parte significativa da história que a família faz questão de preservar e deixar exposta ao público.
José Lucas começou o negócio ‘Ótica e joalheria Marli’ no Rio de Janeiro. No estado, os filhos seguiram administrando o empreendimento que foi transferido para Mato Grosso do Sul há 19 anos. Já na Capital, a loja mudou de nome e passou por outro endereço antes de se estabelecer na avenida.
São 17 anos funcionando no Bairro Jardim dos Estados, porém foram nas últimas reformas que o ‘museu’ foi colocado em um local de destaque. Conforme Tiago, o acervo é maior do que o exposto nas prateleiras do armário.
“Eu sempre colocava na vitrine ou em algum lugar que ficava um pouco sumido. Agora colocamos aqui, mas não conseguimos colocar tudo. Isso aqui é nossa história, é desde o começo. Isso são equipamentos que ele usava e era tudo que tinha de moderno na época”, explica.
Sócio-proprietário da ótica, ele conta como o empreendimento do avô se estabeleceu nos últimos 72 anos. “Ele veio, casou com minha avó, levou para lá (Rio de Janeiro) e começou o negócio. Meus tios, minha mãe, continuaram. Começaram desde crianças e agora estamos na terceira geração”, afirma.
Os itens mantidos dentro do armário são só uma pequena amostra do que não veio para Campo Grande e o que está guardado na casa da família. Alguns instrumentos, como o de perfurar manualmente as armações, Tiago usava nas brincadeiras de criança. “Ele não gostava que pegasse para brincar”, recorda.
Além da máquina em questão, a família guardou lentes de diferentes tamanhos, armações folheadas a ouro e óculos. Ao mostrar um dos modelos de óculos infantis, o sócio-proprietário da ótica revela uma curiosidade. “Antigamente não acompanhavam pré-natal, então nascia muita criança com deficiência visual”, diz.
As máquinas para fazer exames são as mais curiosas do acervo. Uma das mais antigas, conforme Tiago, é a ‘caixa de prova’ feita de madeira que era usada para exame de vista. “Era um equipamento que ele comprou usado antes de ter a loja”, conta.
Outro aparelho curioso é um de metal que era usado, de acordo com Tiago, para ver o nervo ótico. O museu também tem várias caixas com ferramentas que lembram chave de fenda e eram utilizadas para fazer os óculos. “Era muita coisa manual na época do cristal, do vidro, hoje é outro tipo de máquina. Usamos as automatizadas”, explica.
O armário com os objetos que um dia passaram pelas mãos de José Lucas são verdadeiras relíquias. Ao lado das máquinas modernas, lentes que esbanjam a última tecnologia, as peças dele são uma daquelas que não tem preço, mas muito valor para quem as preserva.
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