Para além dos portões, casas ‘comuns’ guardam histórias incríveis
Veja histórias das casas de Campo Grande e veja quem são aqueles que fazem delas um lugar singular
Às vezes é a fachada, portão, formato da janela, plantas bem cuidadas, um toque de cor ou outro detalhe que desperta atenção. A curiosidade nos leva direto à entrada e é após tocar a campainha, bater palmas que tudo começa.
Do portão você se vê na sala, cozinha, quarto, percorrendo o jardim enquanto ouve histórias de alguém que conheceu há cinco minutos. Parece uma loucura, é um pouco, mas é daquelas boas que só é possível graças ao jornalismo, ao Lado B.
Em 2023, passamos por diversos bairros de Campo Grande, contamos histórias de muitas casas e o mais importante: das pessoas que vivem nelas. Aqui deixo um 'muito obrigada' para cada morador e moradora que abriu a porta para que a jornalista curiosa pudesse entrar.
Em 2024, o Lado B está pronto para mostrar mais casas e aqueles que fazem dela um lugar singular. Mande sua sugestão sempre que quiser através das nossas redes sociais e WhatsAp (67) 99669-9563. Relembre algumas das que marcaram 2023.
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Chácara é paraíso particular que Joanita e Davi aproveitam há 22 anos
A Chácara Samambaia é o refúgio que Joanita Ferreira, de 64 anos, e Davi Poles, de 71, criaram dentro da cidade no Bairro Maria Aparecida Pedrossian. Em uma rua sem saída, o portão colorido pelos tons do Pantanal é a porta de entrada para o paraíso particular do casal.
Há 22 anos, eles adquiriram a área de um hectare e meio onde construíram a casa em que vivem na companhia de dois cachorros, muitas galinhas, patos e outros animais que visitam a chácara. A propriedade é rodeada por enormes árvores do Cerrado. Elas estão espalhadas por toda parte e foram plantadas no lugar anos antes de o casal sonhar em ter a chácara.
Após admirar muito jardim de rico, Rose criou paraíso particular em casa
O verde da casa combina com o jardim florido cheio de suculentas, cactos e plantas de nomes curiosos. No Bairro Caiobá II, Rose Rocha, de 55 anos, caprichou no quintal que desperta encantamento à primeira vista. O capricho e cuidado ficam evidentes em cada vaso, arranjo e enfeites que decoram o quintal.
Manicure e depiladora, ela é jardineira nas horas livres e sempre que tem oportunidade dedica tempo às plantas. Criativa, Rose utiliza diferentes materiais para criar cachepôs, vasos e outros suportes para as plantas. Nas mãos dela tudo é aproveitado, desde jarra de vidro quebrada a chaleiras antigas.
Feita em família, casa tem toque rústico graças a madeira e tijolinhos
Tijolos e muita madeira formam a construção da casa que conserva ares rústicos no Bairro Vila Bandeirante. O imóvel foi construído pela família de Sara Caterine Pockel Monteiro Harduin há 22 anos, dois anos antes dela nascer.
A acadêmica de medicina explica que mais de uma pessoa da família esteve envolvida na construção da residência. “Meu pai e meu avô fizeram a parte do madeiramento e nosso primo desenhou, a gente tem um primo que é arquiteto”, diz.
Em sacada, boneco vigia relíquias deixadas pelo grande amor de Sol
No primeiro andar a cabeça de um boneco encara sem pausa quem passa na rua. A criatura barbuda usa brinco, chapéu e há seis anos desempenha função de vigia da casa de Solidea Stael Nonato Leite, de 59 anos. Ele chama atenção, assusta, provoca curiosidade, mas ainda assim é a parte menos interessante da casa localizada no Bairro Jardim Panorama.
Na porta da residência, Sol revela a origem do objeto que vive na sacada. “Ele foi meu boneco na barbearia aí deixei ele ali para vigiar a casa. A minha neta maquiou ele, pôs brinco, colocou até um chapéu”, ri. A moradora é pra lá de simpática e após falar sobre o boneco, faz o convite: ‘Esse aqui é meu mirante, quer subir?”
Casa simboliza sossego de irmãos que preferem ouvir os passarinhos
Portões de madeira e um alto muro escondem a casa que preserva as histórias do casal que partiu e deixou três filhos. No Bairro São Jorge da Lagoa, os irmãos Jorgina Alderete, de 57 anos, Cláudio Alderete, de 69 anos, e Irma Maria, de 55 anos, vivem dias sossegados no lar que parece pequena chácara.
Eles e os pais Margarida Ramires Alderete e Salvio Alderete vieram de Porto Murtinho para Campo Grande em 2000. A casa foi construída na mesma época com madeira angelim originária do Pará e quando eles chegaram no bairro o lar estava esperando.
Casa com sol virou referência para ninguém ficar perdido no bairro
O sol está desbotando no muro, mas ele ainda consegue chamar atenção no Bairro Piratinga. Próximo dele, descansando na sombra, tem o Fusca 1983 que mostra autoridade através da frase ‘Respeita o Vovô’. O cenário resume a fachada do lar do simpático casal José Fernando dos Santos, de 72 anos, e Izildinha Castelari Santos, de 64 anos.
Casados há 46 anos, os dois são de Nova Andradina e há 33 anos moram na casa em Campo Grande. O sol veio bem depois como uma alternativa criativa para indicar a localização da casa. Quem conta essa curiosidade é a Ilzinha.
Após fazer casa sozinho, Alzemiro não parou de inventar moda
No Bairro Caiçara, os tons verde claro e azul da casa contrastam com pedras e revestimentos que imitam tijolinhos de barro. O lar transmite algo de diferente comparado aos demais da rua. A construção destoa, tem a beleza de outros tempos e parece que ali tudo vive em harmonia.
O imóvel foi o primeiro de alvenaria em que o casal Alzemiro Rufino de Matos, de 80 anos, e Zenilda Salles Rufino, de 75 anos, moraram. Antes disso, viviam no mesmo bairro, porém numa casa de madeira.
Janela que lembra navio esconde casa colorida que cativou Adriana
No Bairro Tarumã, a casa não parece casa e a princípio lembra um navio antigo. A impressão é causada graças as duas janelas circulares e a porta de madeira que forma um ‘x’. A fachada pintada de rosa é interessante, mas é só um dos detalhes que compõem a aparência única da residência.
Há 1 ano, Adriana Jane Vicente, de 49 anos, se mudou com o filho de 18 anos e a filha de 11 anos para o lar. Quando procurava um imóvel para viver com a família, a atendente de supermercado ficou encantada ao encontrar a casa.
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