Para fazer parte de legado, 'João Carreiro' mineiro viajou 1,3 mil km
Músico participou de concurso e foi um dos selecionados para abrir homenagem ao sertanejo
Quando entrou no mundo da música, Crysmon Valgas nem sabia quem era João Carreiro, mas nos últimos dias viajou 1.300 km para fazer parte da história do sertanejo. Lá atrás, Crys da viola começou a ser comparado com João e foi assim que o mato-grossense virou inspiração para o mineiro.
Em um verdadeiro bate e volta, Crys conta que deixou sua cidade, Sete Lagoas, para conhecer Campo Grande. Sua vinda aconteceu graças a um concurso para músicos que poderiam abrir as comemorações da Comitiva JC.
"Hoje eu viria com meu companheiro de dupla, mas ele teve alguns imprevistos e mesmo assim eu decidi vir. Ao todo, já tenho mais de 15 anos tocando, dedico muito à musica e ao João", explica o cantor.
Mas, antes de se inspirar em João Carreiro, Crys garante que muita gente o achava parecido sem ser intencional. "Meu pai já participou de banda, então eu sempre tive contato com a música. Quando comecei, eu não conhecia o João mas o pessoal dizia que eu parecia muito com ele. Foi bem no período que ele começou a explodir".
Querendo saber mais sobre o cantor, Crys pesquisou sobre e, desde então, realmente fez de João uma referência para si.
"O João é um ícone, um exemplo mesmo e ele deixou muita coisa de bagagem para quem gosta de moda de viola", diz Crys. Acompanhando as notícias desde o falecimento de João, ele narra que ficou sabendo sobre a Comitiva JC.
E, tendo a oportunidade de participar do momento que marca as homenagens, não deixou a chance de lado. "Como eu gosto muito dele e sempre teve essa relação do pessoal dizer que sou parecido, eu resolvi participar do concurso. Sabia que ia precisar viajar para participar, mas quis mesmo assim e vim".
Para o evento, o cantor chegou em Campo Grande na terça-feira, se apresentou na noite de ontem e hoje já retorna para Minas Gerais.
Sobre o legado do ídolo, Crys defende que a resistência da viola caipira é uma herança que fica.
Eu sei que a modernidade tem trazido formas de chegar no público mais jovem, mas quem gosta do sertanejo raiz não abandona. Por isso, eu sei que não vai acabar, não vai morrer.
Luto inesperado
Após complicações durante uma cirurgia cardíaca, João Carreiro não resistiu e faleceu no Hospital do Coração em janeiro deste ano. Na época, ele havia comentado em suas redes sociais que precisava realizar procedimentos para corrigir um prolapso na válvula mitral, uma anomalia mais conhecida como “sopro”.
Natural de Cuiabá (MT), João Carreiro se mudou para Mato Grosso do Sul para se dedicar à sua carreira e ficou famoso com a música “O Bagulho é Louco, Mano”. Por aqui, escolheu viver em Sidrolândia e, por último, estava morando em condomínio fora da cidade.
Além dos shows por todo o Brasil, o músico havia gravado seu último projeto, chamado “No Quintal de Casa”.
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