Pela 8ª vez, Dirceu mete a tesoura no cabelão para doar a quem precisa
Massoterapeuta já fez oito doações do próprio cabelo para entidades que ajudam pessoas com câncer
Há mais de 20 anos, as idas ao barbeiro ganharam novo significado para Dirceu Nochelli, de 43 anos. Se na história da Bíblia Sansão perdeu a força ao ter os cabelos cortados, na vida do massoterapeuta o efeito foi justamente o contrário: força e evolução vieram a cada surgir da careca.
RESUMO
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Há mais de 20 anos, Dirceu Nochelli, de 43 anos, decidiu deixar o cabelo crescer para doá-lo a pessoas em tratamento de câncer. O massoterapeuta começou essa jornada aos 22 anos, motivado pelo desejo de ajudar quem enfrentava a doença e o medo de ficar careca. Desde 2005, Dirceu fez oito doações, beneficiando pacientes de Campo Grande e do Rio de Janeiro. A experiência não só ajudou outras pessoas, mas também serviu como um processo de autoajuda e evolução pessoal para Dirceu. Em janeiro deste ano, ele fez sua última doação, confeccionando perucas para duas pessoas conhecidas, encerrando um ciclo de duas décadas de solidariedade.
Foi aos 22 anos, e em meio a um processo de autoconhecimento, que Dirceu decidiu deixar o cabelo crescer para doá-lo às pessoas em tratamento de câncer.
“Sentia que as pessoas adoeciam mais por conta do medo de ficar careca e por toda condição que a doença traz. Sempre tive o cabelo volumoso e notei que poderia ajudar. Era algo que sobrava em mim e poderia ajudar outra pessoa", conta.
Inicialmente, o plano era fazer o máximo de doações até completar 40 anos. Muito além dos fins estético, máquina e tesoura perderam a função de apenas "dar um tapa no visual", tornaram-se acessórios para ajudá-lo na missão de ser mais empático com a dor do próximo.
Focado no propósito, o primeiro corte solidário veio em 2005, há 20 anos. O segundo, em 2008. Daí em diante, a cada dois anos o massoterapeuta encarava a máquina zero e entregava todos os fios para instituições de ajuda às pessoas com câncer.
Ao todo, oito doações atenderam pacientes de Campo Grande e do Rio de Janeiro. O que Dirceu não esperava era que todo o processo também serviria como experiência de autoajuda e evolução.
"O propósito de doar me manteve focado no meu processo de evolução humana, espiritual e no modo como me relaciono com vida. O cabelo me mostrava onde eu estava na minha busca pessoal e foi uma bússola, um oriente na minha jornada", detalha.
A última doação aconteceu em janeiro deste ano, três anos após a chegada dos 40 anos. Dessa vez, para fechar o ciclo de duas décadas, a doação foi diferente e teve destino certo.
"Decidi mandar confeccionar e já dar peruca pronta. Vou doar para duas pessoas conhecidas, uma delas é filha de uma amiga. Me sinto muito feliz e realizado por ter conseguido alcançar a vida de outras pessoas, inclusive, gente que eu nem conheço", revela.
Serviço - Em Campo Grande, o Hostal de Câncer Alfredo Abrão recebe doações de cabelo. O material é utilizado na confecção de perucas, que são doadas para pessoas em tratamento de câncer. A doação pode ser levada até a sede no hospital, na Rua Marechal Rondon, 1053, no Centro da cidade.
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