Pessoas LGBTQIA+ explicam a sigla com as próprias histórias
No Dia do Orgulho LGBTQIA+, conversamos com algumas pessoas que se identificam com cada letra
Não que seja uma coisa difícil de saber, basta uma pesquisa simples na internet para entender o que significa a sigla LGBTQIA+. Mesmo assim, muita gente se pergunta o que quer dizer.
No Dia do Orgulho LGBTQIA+, conversamos com algumas pessoas que se identificam com cada letra para que elas mesmo expliquem que não é apenas uma sigla, que existe uma história e pessoas por trás de cada letrinha.
Tetê Costa - 46 anos (L)
“Sou filha única de um casal de lavradores que vieram para a cidade para que eu tivesse acesso a escola. Servidora Pública Estadual a aproximadamente 25 anos. Sou lésbica com muito orgulho. A minha orientação sexual faz parte daquilo que sou e lutei muito para chegar até aqui. Enfrentei diversos obstáculos na vida, mas sempre pude contar com o amor dos meus pais. Formada em Direito, a graduação foi um grande desafio.
Para além dos conceitos existentes ser lésbica para mim é a personificação da luta da mulher pela autonomia dos seus afetos e do seu corpo”.
Jefferson Douglas Dias Falcão – 28 anos (G)
“Sendo um homem negro, tenho muito orgulho de carregar essa letra. Isso me dá muita força para enfrentar o dia a dia, até mesmo dentro do próprio movimento por carregar duas minorias.
Ser um homem gay nessa sociedade me faz se rum homem que, acima de tudo, tem coragem, tem determinação, por enfrentar uma sociedade tão machista, LGBTsófibica. Hoje eu consigo ter orgulho daquilo que me faz sorrir toda manhã, que me faz crescer todos dos dias.”
Janaína Menezes – 30 anos (B)
“Meu nome é Janaína Menezes, e sou uma mulher bissexual e advogada. A bissexualidade é a denominação utilizada para as pessoas que tem interesse afetivo pelo feminino e masculino e todos os gêneros que transitam entre eles.
Devido todo o preconceito social que conceitua as pessoas bissexuais como promíscua e confusas, tive um longo processo de aceitação, devido sempre invalidar meus sentimentos visando uma aprovação social.
Deste modo, após anos em processo de autoconhecimento através da terapia, sei da importância de ter uma sociedade diversa, pois todos os estigmas do preconceito são carregados por anos, por vezes sendo irreversíveis a vida de uma pessoa LGBTQIA+.
Diante de todo o sofrimento me comprometi em lutar por uma sociedade acolhedora e diversa, de maneira que presto auxílios jurídicos a pessoas vítimas de homofobia através da ONG Diversidade em ação- Divação, que também acolhe psicologicamente pessoas LGBTQIA+”.
Carlos Eduardo Rodrigues - 30 anos (T)
“Aos 12 anos me aceitei mulher lésbica, não tinha discernimento e achava que havia me encontrado e ai iniciou minha luta pais religiosos não aceitavam minha sexualidade então fui procurar aceitação nas ruas, mas infelizmente só encontrei dor, ódio e drogas.
Sim!!! Fui viciado em crac por 2 anos pulando de cidade em cidade pedindo esmola, dormindo na rua até que Deus me mandou um anjo, quando minha vida estava no fundo do poço e eu sem esperança uma moça que se chama Gleiz me salvou, ela me tirou das drogas e me deu casa, comida e esperança.
Hoje sou Carlos Eduardo enfim me encontrei há exatamente 5 anos, meus pais graças ao bom Deus entenderam quem eu sou me respeitam e me apoia minha mãe rummm.. Me defende com unhas e dentes se alto intitula mãe trans e realmente é, sempre acolhe os meninos que se disponha a visita-la!
Sou hoje, sou noivo de uma linda mulher que está sempre ombro à ombro comigo nas minhas lutas, tenho um petshop da qual emprega pessoas trans, sou coordenador do IBRAT/MS (Instituto Brasileiro De Transmasculines Do Mato Grosso Do Sul) do qual fomos o primeiro a realizar o concursos de beleza Mister Trans MS, e também o Futtrans.
Eu tive uma fase da qual achei que jamais estaria aqui para contar, mas acreditei em mim me levantei me aceitei me amei. A melhor mensagem que eu posso deixar no dia de hoje é que se amem se encontre se viva se célebre feliz mês do orgulho”.
Emi Mateus - 21 anos (Q)
"Sou "acadêmice" de artes cênicas, "pesquisadore", artista independente e "escritore". Queer é um termo em inglês que era usado para ofender as pessoas, humilhar. Porém a comunidade LGBT pegou essa expressão e transformou em algo potente. Queer significa algo estranho, diferente e a expressão foi resignificada no Brasil também. São pessoas que não estão nas normas de gênero e sexualidade. É uma sexualidade que flui.
Queer é um termo "guarda-chuva", pode abranger muita gente. Mas além de tudo, é um modo de vida que desafia as normas, que vive fora dessas caixinhas. Nessa coletividade tem todas essas questões de estética, política, justamente por não pertencer a essa cisnormatividade.
Eu me entendi uma pessoa queer a partir do momento que eu comecei me experimentar, quando eu entendi que meu corpo, a minha estética, não cabia dentro de caixas, sendo que foram homens cisnormativos que criaram essas regras para meu corpo. Então comecei a usar roupas agêneros, e partir disso eu me empodero e empodero outras tantas pessoas".
Intersexual, Assexuado e +
Interssexuais: indivíduos que possuem características femininas e masculinas.
Assexuais: pessoas que não sentem atração sexual por outras, independentemente do seu gênero.