ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no X Campo Grande News no Instagram
NOVEMBRO, SÁBADO  16    CAMPO GRANDE 25º

Comportamento

Por inclusão, Cláudia leva Libras para as ruas através do artesanato

Trajetória de exaltar a comunidade surda nasceu em conjunto ao irmão, que é surdo

Aletheya Alves | 21/03/2023 07:22
Claudia decidiu tirar a educação com Libras da sala de aula e levar para feiras. (Foto: Aletheya Alves)
Claudia decidiu tirar a educação com Libras da sala de aula e levar para feiras. (Foto: Aletheya Alves)

Após duas décadas sendo intérprete e tradutora de Libras, Cláudia Ester Soares Cândia percebeu que precisava levar a língua de sinais para as ruas. Hoje, além de trabalhar na educação formal, ela cria artesanatos temáticos e desperta a curiosidade no público de feiras culturais.

Em sua “banquinha”, a artesã reúne desde estojos até toalhas bordadas com sinais de Libras. E, além dos produtos em si, um banner com o convite para aprender a dizer seu nome na língua de sinais sempre a acompanha.

Contando sobre o motivo para tirar a educação de dentro das salas escolares, Cláudia comenta que apesar da língua ser divulgada, a comunidade surda ainda continua sendo isolada. “É muito complicado porque quando uma pessoa surda vem para uma feira, por exemplo, ela encontra vários expositores, mas que não conseguem se comunicar. Ela vê tudo isso, mas não se vê como parte”.

Por isso, ao menos uma das exposições agora é acessível a esse público. E, sabendo da importância devido ao tempo de trabalho, Cláudia explica que a necessidade de inclusão se tornou perceptível para ela dentro de casa.

Estojos recebem tecido temático com os sinais. (Foto: Aletheya Alves)
Estojos recebem tecido temático com os sinais. (Foto: Aletheya Alves)
Toalhas com o nome escrito em Libras integram as opções. (Foto: Aletheya Alves)
Toalhas com o nome escrito em Libras integram as opções. (Foto: Aletheya Alves)

“Meu irmão é surdo e me lembro que quis começar a aprender a língua de sinais para me comunicar com ele. Isso porque ele acaba ficando sem saber do que estava acontecendo, então pedi e ele foi me ensinando aos poucos”, detalha.

Conforme o tempo passou, ela narra que os dois entraram na graduação juntos, ela para se tornar intérprete e ele para ser professor. “Hoje ele mora fora do Estado, mas nós dois continuamos na luta, cada um na sua área”.

Em relação aos produtos, Cláudia diz que a falta de integração se mostra até mesmo na forma de conseguir as estampas para produzir. Isso porque quando tentou encontrar algo que remetesse à comunidade surda, não encontrou nada em Campo Grande.

Então, o jeito foi buscar os desenhos dos sinais e pedir para que uma empresa produzisse os tecidos especificamente para ela. “A senhora com quem eu compro até me diz que a gente precisa ter paciência porque ela não tem disponível, então leva o tempo de produção mesmo”.

Chaveirinhos foram pensados como mais uma forma de representatividade. (Foto: Aletheya Alves)
Chaveirinhos foram pensados como mais uma forma de representatividade. (Foto: Aletheya Alves)

E, além de receber um retorno positivo da comunidade surda, Cláudia completa que outras pessoas também começaram a se interessar pelos artesanatos. “Agora, implementei também estampas iniciais ligadas ao autismo. Isso porque as pessoas acham interessante e, assim como os surdos podem presentear, podem ter produtos que se identificam, outras pessoas também podem”.

Para conhecer mais sobre o trabalho da intérprete e fazer encomendas, o contato é (67) 98165-0263.

Acompanhe o Lado B no Instagram @ladobcgoficial, Facebook e Twitter. Tem pauta para sugerir? Mande nas redes sociais ou no Direto das Ruas através do WhatsApp (67) 99669-9563 (chame aqui).

Nos siga no Google Notícias