Postais são uma viagem pelos olhos de espanhol no século passado
Cartões-postais foram feitos por Miguel Perez, em Corumbá; fotografias são tesouro regional no Museu Nacional
Hoje, é difícil encontrar quem ainda tenha o costume de enviar cartões-postais e, somado ao fato de que contam histórias, as impressões de Corumbá são um dos tesouros regionais guardados pelo Museu Nacional. Por isso, o #TBT desta quinta-feira (2) é com três imagens que estampam as relíquias que permitem uma viagem pelos olhos do fotógrafo Miguel Perez no século passado.
Destacando os pontos principais da cidade em 1910, Miguel Perez retratou os “vaporez em dercarga” [sic], no dia 23 de novembro daquele ano, assim como o cenário geral do Porto de Corumbá. Além da parte banhada pelo Rio Paraguai, o fotógrafo também captou e ilustrou o antigo Royal Hotel com cavalos e alguns moradores por perto.
Quem olha os postais rapidamente pode pensar que as fotografias, que têm um toque de desenhos, contam apenas o cenário regional da época sobre os lugares retratados. Mas pensar sobre quem fez os cartões também ajuda nessa viagem.
Em pesquisas sobre a história de Corumbá, encontramos que, além dos postais, as fotografias também integraram um álbum gráfico da cidade. O objetivo era fazer uma “propaganda” do município e registrar o período.
Na época, a cidade seguia se desenvolvendo graças à sua área de porto e integrava rotas importantes. Tanto é que a influência europeia continua sendo um dos destaques históricos até hoje, já que Corumbá fazia parte das cidades brasileiras que fizeram parte do Brasil colonial e imperial.
De acordo com um artigo de Ana Paula de Oliveira Lopes, Perez foi um dos contratados para fazer esses registros ao lado de L. Salcedo. Espanhol, Miguel era dono de um comércio chamado “Photografia Popular - Miguel Perez”, já em 1906.
Importante para a região, ele é citado até pelo pesquisador e fotógrafo Boris Kossoy, que conta sobre como atuou entre 1906 e 1914 em Corumbá e Cuiabá.
Já na época, ele vendia fotografias variadas, inclusive panorâmicas, das principais ruas, praças e portos de Corumbá e também de Ladário.
Outro ponto sobre Perez é que, depois das fotografias, o homem decidiu se dedicar também às pinturas em telas, segundo relatos de Humberto Espíndola. “Participou da primeira exposição de pinturas de Cuiabá, realizada na Academia Mato-Grossense de Letras em 1935”, descreve Ana Paula.
Já na década de 1950, ele se mudou para Campo Grande e criou um espaço para vender molduras, materiais de pintura, além de sediar seu ateliê e dar aulas de pintura.
“Autodidata, em sua obra predominam paisagens de cunho ingênuo, geralmente européias, inspiradas em postais e folhinhas de época”, conta Espíndola em um de seus textos.
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