Pra acabar com “vergonha”, homens buscam preenchimento peniano
Procedimento pode aumentar a espessura do pênis, mas por ser novidade é visto com cautela por urologista
O procedimento leva em média 30 minutos e o efeito tem duração de 1 ano. Com a promessa de aumentar em até 4 centímetros o órgão sexual, o preenchimento peniano é um tratamento estético que divide a opinião de especialistas.
O Lado B conversou com a esteticista e cosmetóloga Maiara Lima, que realiza o tratamento. O médico urologista João Juveniz também contribuiu com a reportagem expondo os riscos do tratamento e a forma como ele é visto pela Sociedade Brasileira de Urologia.
Segundo Maiara, a "vergonha" e a "insatisfação da vida sexual" são expressões usadas pelos pacientes homens que procuram o procedimento capaz de aumentar a espessura do pênis. Na cidade, o procedimento ainda é considerado ‘novidade’.
“É algo muito novo onde resgatamos a autoestima e a mudança da vida sexual masculina. É uma técnica com ácido hialurônico que tem durabilidade de até 1 ano, onde aumentamos tanto a espessura quanto a projeção”, explica.
O procedimento leva cerca de 30 minutos e é feito o “bloqueio anestésico” na região onde posteriormente é aplicado o ácido hialurônico. “Cabe de preenchimento num pênis até 20 ml, sendo que sempre optamos pelo menos 10 ml por vez”, fala.
Sobre o ganho de espessura, ela afirma que “depende do tamanho do pênis”, porém o preenchimento é capaz de aumentar em até 4 centímetros o órgão sexual. Como o ácido é absorvido pelo corpo, o prazo do preenchimento é de um ano, mas o metabolismo do paciente é quem dita a periodicidade final.
“Se a gente pegar um paciente que tenha um metabolismo muito acelerado ele vai eliminar esse ácido muito mais rápido do organismo, assim como ele elimina uma toxina, ácido facial ou qualquer outro procedimento que a gente venha a realizar num organismo que tenha metabolismo acelerado”, pontua.
Questionada se o preenchimento peniano é contraindicado para pacientes que tenham comorbidades, ela diz que não e cita que o procedimento só não é feito em caso de alergia. “Pessoas que têm alergia ao anestésico, porque quanto ao ácido hialurônico ninguém tem alergia e temos presente em grande quantidade no corpo”, esclarece.
Procedimento “experimental” - Para o médico urologista João Juveniz, o preenchimento peniano é um procedimento cirúrgico, mas tem caráter experimental, ou seja, a eficácia dele ainda não foi comprovada no campo da Medicina. “Por estar sendo feito recentemente, não temos resultados a longo prazo para avaliarmos a eficácia nem tão pouco os malefícios”, justifica.
Ele argumenta que algumas medidas devem ser tomadas antes da realização do procedimento. “É totalmente experimental, dessa forma só pode ser feito em locais de estudo, supervisionado, tendo sido liberado por um conselho de ética da instituição onde é feito, além de um consentimento informado assinado pelo paciente falando sobre todos os riscos e efeitos colaterais”, explica.
Ambiente adequado, cuidados de assepsia e antissepsia, uso correto de anestesia também são pontos importantes para o que o urologista afirma ser um procedimento cirúrgico que deva ser executado somente por profissionais da área.
“Se realizado profissionais não médicos ou até mesmo não urologistas que não estão familiarizados com a anatomia do pênis e sua função, pode ocorrer disfunção erétil (“impotência”)”, explica. No campo de riscos que a cirurgia apresenta, João também cita a infecção local ou regional, além de hematomas, problemas miccionais e da uretra.
No fim da entrevista, o médico urologista enfatiza a necessidade de procurar um especialista para o preenchimento peniano. “Por ser um procedimento experimental não pode ser feito por qualquer profissional e a Sociedade de Urologia vê com cautela e aguarda resultados a longo prazo para avaliar a segurança do uso desta técnica”, conclui.
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