Pra quem quer Medicina no Enem, comprar caneta de calouro é promessa de sorte
Para os alunos do primeiro ano de Medicina da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul) os dois dias de provas do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) serão de bom humor depois de já terem passado por esta fase. Mas também virou sinônimo de trabalho, com a venda de canetas, barrinhas de cereal e até “vale trote”, em frente aos principais pontos de provas na Capital.
Na Uniderp, os portões abriram pontualmente ao meio dia, mas desde antes das 10h00 o grupo, com cerca de 9 estudantes, já estava lá. E, para vender, valia de tudo. Correr em cima dos jovens, abordá-los ao descer dos carros ou ônibus e em meio ao tumulto, a criatividade era atributo principal na hora da venda. “Pra dar sorte. Comprem caneta com a gente”, ou “Comprei ano passado e comigo deu certo” . Vale até “passei na federal. Compra que você vai passar também”. Tudo seguido, de um sincero boa sorte.
A universidade foi um dos sete pontos na Capital que os estudantes escolheram para vender as cerca de 400 canetas, 288 barras de cereal, 168 unidades de Halls e Tridents, 189 bombons e 1000 garrafinhas de água. Para a missão de vender todos os itens, uma força tarefa entre os alunos do curso foi montada, também em frente as universidades Facsul, Unigran, Unaes, colégios Hércules Maymone, Joaquim Murtinho e Dom Bosco.
“A quantidade de produtos que cada equipe têm de vender foi dividida de acordo com a quantidade de membros de cada equipe. Aqui, sobrou apenas uns 10 bombons que não foram vendidos”, comentou a estudante Patricia Cristina Vicente, de 19 anos.
Ao todo, só de canetas, o grupo vendeu cerca de 75. “Vendemos, só hoje, o que eramos pra ter vendido nos dois dias de prova”, completou Maria Clara, de 23 anos.
Da barrinha de cereal, passando pelo bombom até claro, as canetas, tudo era “abençoado”, “Comigo deu certo. Comprei a caneta, fiz a prova e passei”, acrescentou Maria Clara.
“Na verdade tudo não passa de uma brincadeira. Mas é o tipo de iniciativa que incentiva, descontrai o estudante pra fazer as provas do Enem”, comentou a integrante do grupo, Maria Paola Melo, de 17 anos. Para ela também, a tática deu certo. “Ano passado compre e passei para o curso”, completou.
Mas o diferente mesmo era o “vale trote”, que supostamente dá ao candidato o direito de não passar pelas brincadeiras, de um dos cursos mais concorridos da UFMS.
Ainda de acordo com os estudantes, a operação de Enem já virou tradição entre os alunos do primeiro ano de Medicina, sonho de muitos dos candidatos este ano.
Toda a renda dos produtos vendidos, à preços que variavam de R$ 2,00 á R$ 10,00, vão ser destinados para a festa de formatura do curso, daqui cinco anos.
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