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Comportamento

Psicóloga explica como ajudar alguém em luto durante o Natal

Especialista em luto, Raissa explica que período é delicado e precisa de atenção

Por Aletheya Alves | 24/12/2023 07:43
Mãe e filha em cemitério de Campo Grande retratam temática do luto. (Foto: Arquivo/Henrique Kawaminami)
Mãe e filha em cemitério de Campo Grande retratam temática do luto. (Foto: Arquivo/Henrique Kawaminami)

De forma geral, o período de fim de ano pode ser complexo emocionalmente e, para quem está sofrendo com o luto, as festividades se tornam ainda mais sensíveis. Pensando nisso, a psicóloga e especialista em luto, Raissa Ramos Ferreira Pedroli, explica que o melhor a se fazer para ajudar o enlutado é ouvi-lo.

Em enquete realizada pelo Lado B neste sábado, 87% dos leitores afirmaram que vão passar o Natal com saudade de alguém que partiu. Nas redes sociais, inúmeros comentários traduzem a falta que alguém vai fazer no coração de muitos.

Por isso, detalhando sobre o tema e como, de fato, colocar a escuta em ação, Raissa comenta que o primeiro passo é fazer perguntas. “Pergunte como a pessoa gostaria de passar o Natal, o que faz sentido para ela e ouça atentamente seus desejos”.

Longe de fazer suposições e imaginar o que pode ser melhor para a pessoa, a psicóloga defende que o ideal é não impor tradições e não forçar a participação de quem está sofrendo. O que sim, é interessante, é fazer o convite e oferecer companhia.

É um momento de muita ambivalência emocional para quem está em sofrimento por ter perdido alguém, por isso é possível que a pessoa queira ficar mais reclusa na data ou queira se cercar de pessoas amadas. Não há certo ou errado no luto, diz Raissa.

Na prática, a psicóloga narra que, por exemplo, após o velório e sepultamento, o enlutado é tomado de atenção durante os primeiros dias. Mas, com a passagem do tempo, a tendência é que as pessoas se afastem por não saber como lidar.

Nesses casos, quem sofre com o luto se vê sem saber com quem conversar sobre aquele que partiu. “Uma forma de tornar o evento mais leve é se propor a ouvir, sem aconselhar ou julgar”.

Mas, além de ouvir e se colocar disponível, a especialista comenta que também há casos em que é necessária a intervenção da família.

“Deve interferir quando percebe prejuízo na vida cotidiana do enlutado”, introduz Raissa. Ela narra que caso a família veja que o sofrimento está prejudicando a pessoa no trabalho e demais relações, é motivo de alerta.

Outros sinais são quando a pessoa não consegue mais executar atividades de rotina como antes, quando o isolamento está se tornando intenso demais e existem sintomas depressivos, pode ser a hora de agir.

Além disso, o abuso de álcool, uso e abuso de drogas ou substâncias, além de pensamentos suicidas ou comportamentos que geram alerta também se encaixam nesses sinais.

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