Quadro e CDs são herança de 50 anos de locução sertaneja
Altino de Oliveira Zuza começou a trabalhar em rádios na década de 1960
Em 1967, ainda sem experiência alguma, Altino de Oliveira Zuza começou a se transformar no locutor sertanejo Compadre Oliveira. Hoje, com mais de 50 anos de experiência, sua herança sentimental vai de quadro presenteado por ouvintes até coleção de CDs.
“Antes de trabalhar com rádio, eu era balconista no comércio, até que a vida foi me levando e comecei a ser locutor. Fui aprendendo o jeito e tomei um gosto muito forte pela profissão”, conta. Desde o início da carreira, Altino passou por três rádios diferentes e só parou há cerca de dois anos para cuidar da própria saúde.
Apaixonado por música sertaneja, ele conta que todos os seus programas refletiram esse amor trazido de sua criação em fazendas. Até seus 20 anos, Altino morou na área rural de Terenos e foi criado ouvindo as canções que no futuro iria exibir para seus ouvintes.
Sem imaginar que iria se tornar locutor, ela diz que até se surpreendeu quando um colega o convidou para integrar um quadro de 30 minutos no ar. “Eu estava acompanhando o ensaio de uma dupla e me falaram sobre a profissão. Eu nunca imaginei que fosse trabalhar com isso, mas gostei da ideia e fui com coragem.”
Mesmo afastado dos estúdios, ele conta que continua se considerando locutor e que, em casa, as memórias se espalham pelos espaços. “Eu tinha muito CD, fita e vinil que ganhei durante os anos de trabalho, mas acabei me desfazendo de uma parte. Mesmo assim, ainda guardo bastante comigo. Tem uns na sala, outros no corredor e ainda um armário na área.”
Em conjunto com as músicas que trilharam seus programas no decorrer dos anos, presentes enviados por ouvintes fiéis também compõem a decoração de casa. Ele explica que desde o início da carreira, manteve bom contato com o público, mas que alguns criaram um carinho especial.
Meu último programa se chamava Porteira Velha, porque sempre tive sertanejo raiz como tema. Dois ouvintes que me acompanhavam resolveram me presentear com um quadro de porteira e guardo até hoje”, detalha.
Ainda sem se acostumar a estar longe dos microfones, Altino detalha que além das “heranças” deixadas por cantores que passaram por ele e presentes de ouvintes, hoje, o carinho recebido continua vivo. “Eu saio de casa e quando encontro alguém que se lembra de mim, sempre ouço ‘Aqui é o Compadre Oliveira, deixa comigo!’, que era meu bordão. Sou muito feliz por isso.”
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